Adjetivos são palavras que dão
qualidades aos substantivos como, por exemplo, grande em cidade grande,
inteligente em aluno inteligente, vermelha em rosa vermelha, corrupto em
político corrupto. Superlativo exprime o pensamento de super, de grau sumo. E
relativo quando alguém ou alguma coisa se põe em relação com outro alguém (João
é o mais inteligente dos colegas da turma) ou com outra coisa congênere (esta
torta foi a melhor de todas as tortas que houve no festival das tortas).
O superlativo analítico quase sempre
se processa analiticamente, com uso de duas palavras, mediante anteposição de
artigo definido ao comparativo do adjetivo (o mais inteligente, o mais esperto,
a melhor) e se faz seguir o adjetivo pela preposição de. Um exemplo: Cícero foi
o mais eloquente dos oradores. Observa-se na frase a presença do artigo
definido o e da preposição dos. A preposição dos é variante em gênero e número
da preposição de. A preposição de pode variar em gênero masculino e feminino e
em número singular e plural: do, da, dos, das. Rui Barbosa foi o mais famoso orador de todos os brasileiros. Leonel Brizola
foi o mais inflamado orador dos gaúchos e das gaúchas nos primeiros anos da década de 1960.
Observam-se em muitos que falam e
escrevem, também em alguns escritores e poetas, construções de adjetivos
superlativos relativos à moda latina, cujas construções são aceitas como gramaticais.
Dois exemplos: Foi Cícero o eloquentíssimo dos oradores. É a rosa a pulpérrima
dentre as flores. Eloquentíssimo e pulpérrima, mesmo possuindo tintas de
superlativos absolutos sintéticos, valem como adjetivos superlativos relativos.
A significação já em si absoluta de
certos adjetivos qualificativos impede, em tese e em gramática, modificações em
grau: eterno, infinito, intenso, onipotente, quadrado, redondo, mortal,
imortal, infalível, primeiro... Há escritores e poetas que fazem desses
adjetivos e de outros afins serem como que mais absolutos do que em natural são:
eterníssimo, infinitíssimo, intensíssimo, onipotentíssimo, quadradíssimo, redondíssimo,
mortalíssimo, imortalíssimo, infalivelíssimo, primeiríssimo... Alguns desses
nem têm sublinha vermelha no computador – já viraram uso comum e nível culto:
intensíssimo, primeiríssimo.
Em latim, usava-se em muitas
formações de palavras a preposição prae
para formar os superlativos analíticos, tanto em nomes (praeclarus, preclaro)
quanto em verbos (praeferir, preferir). Eis a razão pela qual o verbo preferir,
por já encerrar ideia de querer mais com o pre,
não admite o mais depois do verbo.
Errado: Prefiro mais ler que ouvir. Certo: Prefiro ler a ouvir. Certo: Prefiro
o estudo ao programa A Casa é Nossa. E na linguagem familiar o diminutivo traz
sentido intensivo: juntinho (muito junto). Etc.