A estimativa para a safra de grãos 2024/25 é de uma
produção de 322,4 milhões de toneladas no país, o que representa um aumento de
8,2%, ou seja, 24,5 milhões de toneladas superior ao volume obtido no ciclo
2023/24.
Caso o resultado seja confirmado, será a maior safra
registrada na série histórica da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Já com relação à área, a expectativa é que sejam semeados 81,39 milhões de
hectares na atual safra, somando todos os ciclos de produção, o que corresponde
a uma adição de 1,45 milhão de hectares em relação à temporada anterior. Os
números constam no terceiro levantamento da safra de grãos, divulgado na
quinta-feira (12) pela estatal.
“As chuvas ocorridas até o momento favorecem as lavouras
nos principais estados produtores. Em alguns locais tivemos curtos períodos de
falta de chuva, mas não o suficiente para influenciar na estimativa de um novo
recorde na produção brasileira de grãos”, destaca o presidente da Companhia,
Edegar Pretto.
A semeadura da soja entra nos estágios finais. Nesta
semana, o índice de plantio atingiu 94,1% dos 47,37 milhões de hectares
destinados para a oleaginosa. O clima tem contribuído para a implantação e o
desenvolvimento da cultura em grande parte dos estados produtores.
Em algumas regiões do Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí,
Tocantins e Maranhão foram registrados curtos períodos de falta de chuva. Ainda
assim, as condições climáticas são favoráveis e é esperada uma produção de
166,21 milhões de toneladas, uma alta 12,5% em relação ao volume colhido em
2023/24.
Com crescimento de 9,8% na área destinada para o arroz,
estimada em 1,77 milhão de hectares, o plantio da cultura também avança e já
chega a 86,6%. De acordo com o levantamento da Conab, é esperado um incremento
de área tanto no cultivo do arroz de sequeiro quanto sob irrigação. Com isso, a
produção está estimada em torno de 12,1 milhões de toneladas do grão.
No caso do feijão, é esperado um crescimento de 1,7% na
área, estimada em 2,9 milhões de hectares. O maior incremento na área é
esperado no primeiro ciclo de plantio da leguminosa, podendo chegar a 907 mil
hectares, e a semeadura já atinge 60,5%. A produção total também deve crescer
3,5% com expectativa de atingir volume em torno de 3,36 milhões de toneladas.
Para o milho, a previsão é de uma produção total de 119,63
milhões de toneladas, 3,4% acima da safra anterior. Apenas no primeiro ciclo do
cereal, é esperada uma colheita de 22,61 milhões de toneladas. A semeadura da
primeira safra já ultrapassa 70% da área e as condições climáticas, nas
principais regiões produtoras, favorecem as lavouras.
A Conab também prevê uma elevação de 3% na área destinada
ao cultivo de algodão, com o plantio chegando a aproximadamente 2 milhões de
hectares, o que resulta em uma estimativa de produção de pluma em 3,69 milhões
de toneladas.
Já a colheita das lavouras de inverno da safra 2024 caminha
para a sua finalização, com a conclusão prevista para meados deste mês. Para o
trigo, principal produto cultivado, a estimativa é de uma colheita de 8,06
milhões de toneladas, redução de 0,4% do resultado obtido na safra anterior.
Essa menor produção foi ocasionada, principalmente, pela
redução de 14,1% na área de plantio dos estados da região Sul, que representam
85,4% da área ocupada com trigo no país, aliada ao comportamento climático
desfavorável durante todo o ciclo da cultura no Paraná.
Maior safra da história do RS
A Conab prevê, para o Rio Grande do Sul, uma safra recorde
de 38,29 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 3,3% em relação à safra
passada. Isso mantém o estado na posição de terceiro maior produtor de grãos no
país. Já a área semeada está prevista em 10,49 milhões de hectares, um
crescimento de 0,7%. O terceiro levantamento da Companhia mostra um cenário de
recuperação de safra e de estabilidade em relação às estimativas iniciais do
ciclo 2024/25.
Soja – O RS é o terceiro estado que mais produz soja, atrás
do Mato Grosso e do Paraná, resultado da recuperação de produtividade da
cultura. O volume esperado é de 20,34 milhões de toneladas, um aumento de 3,5%.
A área cultivada deve ter elevação de 1,1%, chegando a 6,84 milhões de
hectares.
Milho – A produção de milho deve alcançar 4,3 milhões de
toneladas, uma queda de 11,4%. A área também apresenta redução, de 11,7%, e
está prevista em 719,6 mil hectares. As lavouras de primeira safra foram
semeadas em agosto, setembro e outubro. Em dezembro, deve-se iniciar o plantio
das áreas mais tardias, em sucessão, principalmente, aos cultivos de fumo,
pastagens e milho silagem.
Arroz – A safra de arroz pode chegar a 8,26 milhões de
toneladas. Já as lavouras somam 988 mil hectares. As altas são,
respectivamente, de 15,3% na produção e de 9,7% na área. A expectativa é de
aumento da área cultivada em todas as regiões produtoras, com destaque para as
regiões Sul e Fronteira Oeste.
Trigo (safra 2023/24) – A estimativa de produção de trigo é
de 4,12 milhões de toneladas, um aumento de 42,3%. A área está prevista em 1,34
milhão de hectares, uma queda de 10,6%. O levantamento mostrou uma área menor,
mas uma boa produtividade, recuperando em relação à safra passada. A colheita
está praticamente finalizada em todas as regiões do estado.
Feijão – O RS deve colher 76 mil toneladas de feijão, 6% a
mais do que na safra anterior. A área está prevista em 49,4 mil hectares, uma
alta de 1,9%. O cultivo do feijão cores se concentra no Planalto Superior, onde
a semeadura ocorre a partir de dezembro.
A área cultivada tem apresentado uma tendência de aumento
nas safras recentes, devido à rentabilidade e às condições climáticas
favoráveis. Já a semeadura do feijão preto de primeira safra alcança 70% da
área prevista no estado. A área tem apresentado tendência de redução nas safras
recentes, uma vez que questões mercadológicas têm influenciado na decisão do
plantio, exceto nas áreas do Planalto Superior, onde há sistemas de rotação de
culturas e perspectivas de boas produtividades.