O piso nacional do magistério deverá ter reajuste
de 6,27% em 2025, o que levará o salário mínimo dos professores a R$ 4,8 mil. O
índice ainda precisa ser oficializado pelo Ministério da Educação (MEC), mas
já é possível fazer a estimativa em razão da regra utilizada para calcular
a correção anual.
No dia 23 de dezembro, o MEC publicou no Diário Oficial da
União portaria com a última estimativa do valor mínimo nacional por aluno/ano
(Vaaf-Min) do ensino fundamental urbano para 2024. O indicador serve de
referência para o reajuste do salário pago aos professores.
Do final de 2023 para o final de 2024, o índice cresceu
6,27% e, portanto, esse percentual é o que deverá ser acrescido na remuneração
do magistério em 2025.
Atualmente, o valor mínimo pago a um professor por até
40 horas semanais de trabalho é de R$ 4.580,57.
O crescimento do piso será maior do que a inflação de 2024,
que deverá fechar em cerca de 4,9%.
A reportagem de Zero Hora fez contato com o MEC para
confirmar o índice de reajuste, mas não recebeu resposta até as 15h desta
quarta-feira (1º).
Correção questionada
Desde 2022, a correção anual do piso do magistério é
questionada pelos municípios, e parte das prefeituras deixou de pagar o valor
determinado pelo MEC.
Isso decorre de interpretação jurídica de que não
há mais base legal para o reajuste automático do piso desde
a mudança na lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica (Fundeb), em 2020.
Em novembro de 2023, a Procuradoria-Geral da República
(PGR) pediu que o Supremo Tribunal Federal declare o pagamento obrigatório
em todo o país, mas a ação ainda não foi julgada pela Corte.
Variação do piso
Veja os valores e percentuais de reajuste no piso do
magistério para 40 horas de trabalho desde a implementação, em 2009.
Reflexo na tabela do RS
Como ocorre todos os anos, o aumento no salário dos
professores deverá ser replicado no Rio Grande do Sul. A tabela do plano de
carreira estadual garante a distância entre os diferentes níveis e, dessa
forma, haverá uma espécie de efeito cascata na tabela remuneratória.
Nos últimos anos, a solução encontrada pelo Palácio
Piratini para reduzir o impacto nas contas foi a incorporação de vantagens
adquiridas por tempo de serviço ao salário básico. Com isso, alguns professores
não tiveram o reajuste integralmente aplicado aos contracheques.
Para este ano, a Secretaria da Fazenda informou que ainda está avaliando o impacto do percentual de reajuste no Estado.