Um santo-angelense, que se tornou um dos personagens mais polêmicos da história da independência argentina. E você não o conhecia!
Ao longo das três últimas edições, acompanhamos o curso da história de Carlos María de Alvear ou Carlos Antonio o Guardião de Santo Ângelo, e estivemos em meio a naufrágios, guerras e conspirações.
Apesar de relativa abundante bibliografia sobre a carreira de Alvear, nós santo-angelenses o desconhecemos por completo. Teve por amigo San Martin, e também o teve como grande inimigo posteriormente, assim como inimigo lhe foi o outro herói rioplatenses José Artigas, e até mesmo o Brasil na Guerra da Cisplatina.
Porém, este filho das Missões é considerado ainda um herói nacional pela historiografia Argentina. Além de todo o legado político-militar, seu filho: Torcuato de Alvear, nascido em Montevidéu, tornou-se prefeito da cidade de Buenos Aires, e foi responsável por muitas reformas na capital argentina, copiando muito da estética da capital francesa, desde o desenho de parques e passeios até o de avenidas; e seu neto: Marcelo Torcuato de Alvear, que tornou-se presidente argentino. O período de seu neto como presidente argentino coincidiu justamente com o fim da crise mundial do pós-guerra, o que lhe permitiu melhorar a economia e as finanças do país sem maiores contratempos. Destacou-se também no desenvolvimento da indústria automotiva e na exitosa exploração do petróleo, com a qual alcançou uma prosperidade econômica até então desconhecida para a Argentina, e que ficou demonstrado com o grande aumento alcançado no PIB por habitante, cujo índice em 1928, torna o sexto mais alto do mundo.
Isto, tudo, auxiliou a sobrevivência de sua estima pública por Carlos María de Alvear ao longo dos anos entre nossos hermanos. Ao ponto de que além de defensores do mesmo, como herói argentino, encontra-se desde 1926, em Buenos Aires, o monumento equestre a Carlos María de Alvear. É uma obra do escultor francês Antoine Bourdelle e é considerada pelo próprio autor como sua obra-prima dentro dos grandes monumentos. O autor demorou dez anos para concluí-lo. Terminado o monumento, ele foi enviado da França para Buenos Aires em 1925.
O monumento ao santo-angelense na capital argentina, está localizado no coração do bairro da Recoleta, um dos principais e mais concorridos da Capital e fica ao lado da Praça Intendente Alvear (também em homenagem), do outro lado da Avenida Alvear (também em homenagem), em frente à obra que homenageia o seu filho Torcuato de Alvear, que ainda é homenageado com o nome de uma cidade argentina, chamada Don Torcuato, que tem uma população muito similar em contingente com a nossa atual Santo Ângelo.
Filho de Santo Ângelo, Carlos María de Alvear, carregou a cidade na certidão e no próprio nome de batismo e não tem honrarias em nenhuma parte da cidade, enquanto outros forasteiros a ganham, não concordas estimado leitor?
Especial: Descobrindo Santo Ângelo