Lembro que, na minha infância, compareci uma vez (só uma!) a uma matinê do Cine Teatro Apollo, situado na Rua Antunes Ribas, pouco antes da Rua 25 de Julho. O cinema era de propriedade de Amado Grisólia, depois diretor do jornal “O Missioneiro” e, por último, servidor da Prefeitura Municipal.
Anos depois frequentei o Cinema Avenida, de Roberto Frey, cidadão sempre impecavelmente vestido, com gravatinha de tope. O Avenida exibia filmes da Universal, companhia cinematográfica americana. O Tibúrcio trabalhou muito tempo para a família Frey, com pequenos serviços, entre os quais, o de distribuidor de “programas”. Que programas eram esses? Impressos com nomes do filme, artistas principais, data e horário da exibição.
Muita gente colecionava os programas. Além de gibis, os jovens de ontem também colecionavam e trocavam programas na entrada dos cinemas Avenida e Cine-Teatro Municipal. Lembro do Luís César Cozati, dono da maior coleção da época. Eu tentei colecionar, mas desisti cedo. O Luiz César começou escrever sobre cinema nos jornais locais e acabou se tornando comentarista da Zero Hora.
Outo dia, o Ênio Tesche postou um desses programas em sua página no Facebook. O dito programa se referia a convite para baile de carnaval em Oberá, na Argentina. Reflexo, é claro, da aproximação proporcionada pelo trabalho do advogado João Augusto Rodrigues, o diplomata das Missões. Será que algum dos nossos leitores pulou carnaval em Oberá?
Na década de 40 houve princípio de incêndio no Avenida. Poucos anos depois o Avenida voltou a funcionar, sob a gerência de Norberto Frey. Ao lado do cinema havia a sorveteria de Roberto Frey Filho, com o mais gostoso sorvete da cidade, embora a precariedade das instalações. Ao lado da sorveteria, estava instalada a joalheria de Santos Alberto Rebelato.
Por muitos anos, o cinema foi a única diversão dos santo-angelenses. Por aqui, nem se pensava em televisão. A sétima Arte impediu que nós estivéssemos mergulhados no atraso, além de nos proporcionar diversão da melhor qualidade.
A lição do médium Chico Xavier:
“Fracassos de hoje são lições para acertos de amanhã”