O Ministério da Saúde decidiu
ampliar nesta quarta-feira (03) o público da vacinação contra o HPV,
ou Papilomavírus Humano - um
vírus sexualmente transmissível.
Com a medida, usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) entre 15 e 45
poderão tomar a vacina quadrivalente (HPV4), que protege contra os
tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.
A informação foi apurada pelo g1 e divulgada pela ministra Nísia Trindade nas
redes sociais. Uma nota técnica com todas as diretrizes de imunização também
foi publicada nesta quarta. Com isso, a recomendação já passa a valer, embora a
pasta ainda esteja enviando ofícios para comunicar a mudança aos estados.
Segundo o ministério, a medida
foi implementada porque usuários da PrEP apresentam risco aumentado de
aquisição da infecção pelo HPV.
“Esse é um público do ponto de
vista da possibilidade de adquirir o vírus pela via sexual, é um grupo que está
em maior risco, então a possibilidade de ele ser vacinado foi discutida no
nosso comitê técnico assessor de imunização, a nossa CETAI, que reúne pesquisadores,
sociedades científicas do Brasil”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância
em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
A vacina contra o HPV existe há
10 anos. Ela é distribuída de forma gratuita pelo SUS para os seguintes
grupos:
Meninas e meninos de 9 a 14 anos
Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais,
como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula
óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)
Vítimas de abuso sexual
Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR)
A rede privada já tem disponível
a vacina nonavalente, que protege contra mais cinco tipos de vírus: 31, 33, 45,
52 e 58.
Já a PrEP é uma das principais
formas de prevenção do HIV. Comprimidos são tomados (PrEP diária e sob demanda)
antes da relação sexual, o que permite ao organismo estar preparado para
enfrentar um possível contato com o HIV.
O usuário da PrEP
realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras
Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
"Importante lembrar que a
vacina contra HPV e a PrEP não impedem a infecção, sobretudo por outras ISTs.
Então não podemos nos descuidar no uso da camisinha", destacou a ministra
da Saúde, Nísia Trindade, em uma postagem no X (antigo Twitter) nesta quarta.
Como será a vacinação
Segundo o ministério, o
usuário de PrEP poderá se
vacinar contra o HPV em qualquer sala de
vacina pública, como posto de vacinação, CRIE, Serviço de Atendimento/SAE,
Centro de Testagem e Aconselhamento, desde que apresente qualquer tipo de
comprovação de que faz PrEP.
Os documentos incluem o formulário
de prescrição do imunizante, prescrição de PrEP, cartão de seguimento, entre
outros.
A recomendação é que não vacinados contra o HPV
recebam três doses
no esquema 0 – 2 – 6 meses (segunda dose dois meses após a
primeira e terceira 6 meses após a primeira dose).
No caso de pessoas que
utilizam a PrEP e foram previamente vacinadas, mas com esquema incompleto, a
recomendação é completar as
três doses.
Já pacientes que utilizam a
PrEP e foram vacinados com esquema
completo conforme preconizados para determinadas faixas
etárias ou situações especiais, não deverão
ser vacinados novamente com qualquer dose.
Fora isso, a vacina contra o HPV é contraindicada para gestantes e para qualquer pessoa com alergia a algum dos seus componentes.