O candidato a prefeito José Lima Gonçalves foi o terceiro
entrevistado no programa Rádio Visão. Lima foi vice-prefeito, prefeito por dois
mandatos e concorre pelo Republicanos, tendo como candidato a vice o professor
e advogado Gilberto Kerber, do PRD.
Lima afirmou que Santo Ângelo precisa da experiência que
ele acumulou na vida pública. “Santo Ângelo tem pressa e nos propomos para
realizar as grandes mudanças. Experiência não nos falta, independência temos e
também a coragem para fazer as mudanças”.
FINANÇAS
E ECONOMIA
A respeito das dificuldades financeiras dos municípios agravadas
pelos reflexos das enchentes, o candidato do Republicanos disse que a primeira
proposta é unir a sociedade, instalando o Conselho de Governo, formando por
representantes de todos os segmentos sociais. Chega de guerra, de grupo contra
grupo e continuar perdendo, pois vemos municípios crescendo e Santo Ângelo
não”.
Na avaliação de Lima, Santo Ângelo tem receita muito boa.
“As prefeituras nunca tiveram tanto recurso como tem hoje. Para cada um real
que eu administrava, hoje são quase R$ 3. É bem verdade que aumentaram as
incumbências. É como se está gastando esse dinheiro que é preciso a população
saber. Teremos tolerância zero contra o desperdício. Dinheiro público é
dinheiro sagrado. O cidadão paga muito imposto. Transparência é fundamental”.
Também falou sobre conquistas das suas gestões, como as
subestações da CEEE e Eletrosul, instalação das regionais do Banrisul, Corsan e
comandos do Corpo de Bombeiros e da Brigada Militar e a edificação do novo
Fórum. “O Grupo Alibem veio para Santo Ângelo na nossa gestão. O antigo Curtume
Basso era Benoit e propiciava 300 empregos na época. Hoje virou ruínas”.
ECONOMIA
Citou ainda que é necessário investir na capacitação dos
trabalhadores. Citou que em suas gestões anteriores, o Senai se instalou em
Santo Ângelo e hoje não está mais. “O Senac teve a sede construída pela
Prefeitura e faz um excelente trabalho, assim como o Senar. O Senai vamos
trazer de volta. E buscar convênios com as instituições de ensino superior para
qualificar os trabalhadores e atrair empresas”.
Projeta a construção de barracões para pequenas
indústrias se desenvolveram, com toda a infraestrutura e os recursos serão
buscados com economia em todos os setores.
PRESÍDIO
REGIONAL
O candidato do Republicanos comentou sobre um projeto que
possui a respeito do Presídio Regional. “Vamos transformar em penitenciária
agrícola e industrial. Esse é o símbolo do movimento econômico que vamos fazer.
Vamos construir no interior. A exemplo de Chapecó, que tem 41 empresas dentro
do Presídio com mais de mil apenados trabalham. Vai ser um “case” nacional de
sucesso. Não tem governador que não aceitará uma proposta dessa magnitude. E no
espaço atual do Presídio, vamos implantar um grande centro industrial”.
Outras propostas são mudar a questão do Parque de
Exposições Siegfried Ritter e a construção de um novo centro administrativo,
vendendo imóveis que hoje estão inutilizados. “Vamos fazer e vai sobrar
dinheiro”.
INTERIOR
Para o interior, o candidato disse que é necessário
cuidar bem das estradas, construir pontes de concreto, fazer a ligação com as
sedes dos distritos com asfalto, pois a Prefeitura tem usina de asfalto, que
precisava funcionar durante os quatro anos.
Propõe ainda projetos de irrigação e instalação de
energia solar, investir na bacia leiteira, que está em dificuldades, e apostar
ainda mais na suinocultura, já que tem uma grande indústria no município. “Tem
que trabalhar a avicultura, fruticultura e continuar abrindo novas agroindústrias
e apoiando as que já tem”.
UNIÃO
DA OPOSIÇÃO
Indagado sobre o fato de que os partidos de oposição não
terem conseguido formar uma única coligação, Lima afirmou que o ideal seria uma
candidatura de consenso, mas Santo Ângelo tem uma dificuldade. “Tem apenas uma
candidatura de oposição, a minha. As demais são de situação. Tem uma do atual
governo. Tem outra que sempre esteve abraçado com o governo atual e outra que
fala de nova política, mas as pessoas que estão em sua volta estão em cargos no
governo municipal. Vamos fazer uma aventura e entregar a Prefeitura para quem
não tem muito de mudança, pois tem a prática da velha política?”.
Criticou ainda a proposta recente da Câmara de Vereadores
de aumento de salários dos agentes políticos. “Ser prefeito, vice, vereador,
não é profissão. É uma missão. É um propósito que se tem na vida. O que a
Câmara fez foi um deboche com a população diante das dificuldades que o Estado
está vivendo. Proponho que se reduzam os salários. Prefeito Jacques Barbosa
agiu bem, corretíssimo, meu aplauso. Eu vetaria no primeiro momento”.
INFRAESTRUTURA
Com relação às obras de infraestrutura da cidade, Lima
salientou que vai retomar as obras de calçamento com pedras irregulares nos
bairros e continuar obras de asfalto, usando a usina da prefeitura, que segundo
ele é mais barato.
Também afirmou que redes de água e energia elétrica serão
realizadas no interior.
SERVIDORES
Sobre os servidores municipais, Lima disse que organizou
o Fundo de Aposentadoria e Benefícios do Servidores. “Município recolhia 5%,
passei para 18%. Deixei organizado. Depois vieram problemas questões conjunturais
que complicaram o processo”.
RELAÇÃO
COM OS VICES
Uma das situações sempre citadas sobre Lima é a relação
conturbada que teve com seus vice-prefeitos Lói Biacchi e Montalverne Beltrão.
Conforme ele, trata-se de pura narrativa. “Nunca tive problema pessoal com os
vices. Sou amigo fraterno de ambos. Meu partido rompeu com o PDT”. Salientou
que as diferenças iniciaram na nomeação de cargos e que ele está escrevendo um
livro sobre sua vida política e vai contar todos os detalhes.
SAÚDE
O representante dos Republicanos disse que pretende
reformular o setor de saúde preventiva, com ampliação das equipes e
restabelecer o Posto da 22 de Março, que quando deixou a gestão estava
funcionando a pleno. “A grande proposta que temos é a municipalização da Saúde,
mas é preciso ter coragem. Tem recurso sim. Santa Rosa é exemplo. E tem
autonomia. É responsabilidade do prefeito”.
Outra proposta é fazer um grande mutirão para extinguir a
fila das cirurgias eletivas. Comentou que em muitos casos a cirurgia só é
confirmada quando a pessoa já faleceu. “Um empurra para o outro e a pessoa fica
desassistida”.
Também citou que vai implantar serviço para levar os
medicamentos na casa das pessoas idosas ou em condições de dificuldade de
locomoção. “Já fizemos isso e vamos fazer de novo”.