O candidato da coligação União por Santo Ângelo, Nívio
Braz, encerrou a série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Santo
Ângelo promovida pela Rádio Santo Ângelo. Ele é do PL e tem como vice Carlos
Gonçalves, do PP, na coligação que ainda tem MDB e Podemos.
Policial federal aposentado, Nívio concorreu a prefeito
em 2020 e a deputado estadual em 2022 e diz que quer assumir o Executivo por
estar a vida toda em Santo Ângelo e pensa estar na hora de retribuir tudo o que
conquistou. “Vejo que a população de Santo Ângelo perdeu o básico que é o
pertencimento, com muito desânimo, com ideia de que não tem futuro aqui, que os
filhos vão embora. Temos que fazer o que não foi feito nos últimos 30 anos,
incentivar os pequenos e médios empreendedores e apoiando, também, as grandes
empresas. E buscar coisa nova, com parque industrial novo, uma perimetral que
desafogue o antigo parque industrial, mostrar que vale a pena investir aqui”.
Ele observa que busca uma oportunidade de mostrar que
pode fazer diferente, sem influência de outros líderes, com autonomia para
buscar quadros qualificados, com experiência administrativa e trazer do passado
experiências que deram certo e não repetir o que deu errado.
RELAÇÃO
COM GOVERNO FEDERAL
Perguntado sobre as dificuldades em buscar recursos junto
ao governo e federal visto que o PL é o principal antagonista à gestão Lula, o
entrevistado afirmou que os partidos que o apoiam possuem muitos parlamentares,
que darão muito apoio. Citou ainda que o vice-governador Gabriel Souza é do
MDB. “Com bons projetos não é figura de Lula ou Bolsonaro que vai inviabilizar.
Temos muitos aliados que estão no governo Lula. Não vejo problema nessa
questão”.
MDB
E SAÚDE
Outra questão girou em torno do MDB, que mesmo tendo
rompido com o atual governo municipal, mantém quadros na gestão. “Não vou
entrar no mérito dos motivos do rompimento. Já convidei Flávio Christensen para
ser o secretário da Saúde. Temos comprometimento do deputado Osmar Terra para
nos apoiar”.
Saúde, na avaliação do candidato é o principal anseio da
população. “Existe um represamento de exames e cirurgias e esse é um ponto
fundamental. Não pode uma pessoa esperar um ano para realizar cirurgias.
Podemos buscar recursos na nossa base federal para atacar essa questão”.
Também falou da necessidade de ter uma interligação entre
as unidades de saúde e de melhorar a UPA. “Tem um comentário que fiz, dizendo
que a segunda-feira era um dia problemático e que está sendo usado. Porém,
nesses momentos tem que aumentar a capacidade de atendimento. Santo Ângelo não
teria como sobreviver na saúde sem a UPA”. Disse ainda que não existirá divisão
na saúde, com o secretário tendo poderes sobre todos os setores.
CRÍTICAS
A LIMA
Nívio fez duras críticas ao também candidato a prefeito
José Lima, do Republicanos. Afirmou que não se tornará um “imperador” e em 30
dias provocar a “degola” do vice. Perguntado se a observação se referia a Lima,
confirmou. “Lima está aí com discurso
vindo de Nárnia, que vai resolver todos os problemas de Santo Ângelo em 30
dias. Isso é iludir o povo. E nós não trabalhamos assim. Dizer que tem solução
para tudo é demagogia. Tem que atacar os problemas de maneira permanente”.
INFRAESTRUTURA
Nívio também se referiu à infraestrutura urbana,
afirmando que tem que melhorar o aspecto da cidade. “Não temos rua paralela
para dar apoio às empresas que estão nas margens da ERS-344. Tem que agir nos
bairros. Encontramos centenas de quadras sem meio-fio, sem calçamento, com as
pessoas no barro ou no pó”.
Para o setor habitacional, frisou que pretende criar uma
nova área residencial para pessoas de baixa renda e tem muito espaço ao redor
de Santo Ângelo. “Buscar mil residências em torno disso. O governo federal faz
muito demagogia e agora tenta lucrar em cima da construção de 40 e poucas
casas. Temos que abrir um novo bairro, como foi feito com o Alcebíades no
passado”.
Para o interior, salientou que não vai pegar empréstimo e
iludir a população. “Agora é patrola para lá e para cá. Quanto tem uma festa,
alisam as estradas. Vamos atacar os problemas para resolvê-lo. Tem candidatos
que estão em Nárnia e Nárnia não vai governar Santo Ângelo”.
FUNCIONALISMO
Temos consciência que de 1,5 mil funcionários da
Prefeitura, cerca de 500 ganham um salário mínimo. “Vamos começar olhando nos
menos favorecidos. Esses precisam de apoio da Prefeitura, seja no quadro de
servidores ou na comunidade em geral.
Incentivando alguém a pagar mais imposto, e isso não é extorquir, é
fazer com que produzam mais e assim aumente a arrecadação”.
Indagado sobre as dificuldades financeiras da Prefeitura
e os limites prudenciais relativos ao funcionalismo, o candidato do PL diz que
reduzir quadro não é possível e os cargos de confiança são um número reduzido,
embora ainda seja possível fazer alguns cortes. “A única maneira é gerenciar
onde é possível. Não é possível mexer com a estabilidade dos funcionários. Tem
que conter despesas, onde estejam mal aplicadas e não será em cima do quadro de
servidores. Hoje se diz que se eu assumir vou cortar o vale-alimentação. Isso é
lenda urbana. Tem legislação que rege o funcionalismo”.
Sobre o vale-alimentação, Nívio diz que a medida
promovida pela atual administração é vital para os servidores de menor salário.
“Não teria sentido fazer esse corte e prejudicar justamente os mais
necessitados”.
Disse ainda que pretende estar apenas meio expediente no
Gabinete e o outro turno visitando as secretarias e as obras. Enquanto isso,
seu vice irá despachar no Gabinete. “Meu vice não tem atividade privada que
tenha que sair da Prefeitura para atender questões particulares. Então,
estaremos integralmente voltada para os assuntos do Município”.
PROPOSTA
DE AUMENTO
A respeito da proposta de reajuste para prefeito, vice,
vereadores e secretários, que contou com aprovação do seu vice e do vereador de
seu partido na Câmara, o representante do PL salientou que a ideia partiu do
presidente da Câmara, que é do PDT. “Foi uma grande cilada política, de uma
maneira, talvez equivocada. Não vou entrar no mérito, oito vereadores votaram
pela aprovação e depois a própria origem vetou”.
Disse entender que o secretariado possui um salário muito
defasado e concorda com o prefeito Jacques Barbosa quando diz que é preciso
recuperar. “Poderia ter enviado um projeto em separado para isso”.