Publicado em 01/11/2024 às 08:44

O roubo no gramado

As linhas a seguir foram escritas com tintas de passionalidade futebolística. Embora arrefecida com o passar dos anos, a paixão, que é rubra, sempre explode diante do absurdo.

O texto poderá conter alguns exageros, mas calma lá, as hipérboles são próprias deste estado da alma que faz pulsar o coração no ritmo da bateria alvirrubra do Salgueiro.

A sentença: o Sport Club Internacional é a maior vítima de crime patrimonial desta famigerada pátria de chuteiras, e o meliante, ardil, impiedoso, desavergonhado, tem um modus operandi bastante peculiar, executa o crime no gramado.

Não sei ao certo como aconteceu pela primeira vez. Talvez em 2005. Tinga, depois de agredido com um violento golpe de arte marcial pelo arqueiro corintiano Fábio Costa, ainda foi expulso e não teve o pênalti marcado pelo árbitro.

A facção do apito, diante das câmeras, sob o olhar de milhões de testemunhas, subtraiu a taça que se destinava ao armário colorado. O desconcertante roubo consumou-se em um milésimo de segundo.

É roubo! Roubo, sim, roubo! Um jurista mais criterioso diria que a conduta do facínora não se amolda ao art. 157 do Código Penal. Não! É roubo! Subtrair o grito de “é campeão” das arquibancadas é crime repleto de hedionda violência.

Os delitos nunca mais cessaram.

Durante a pandemia, com o Beira-Rio desprovido de torcida, o árbitro, mancomunado com os operadores do VAR, não marcou outro pênalti. Empate com o Corinthians. Flamengo campeão.

A máfia que atua no futebol brasileiro, sistematicamente, subtrai sonhos, esperanças e alegria da torcida colorada. Pobres crianças coloradas, indefesas, inocentes, testemunhando as retinas incrédulas do pai.

A farsa repetiu-se na quarta-feira: o Beira-Rio, como um animal indomável, rugindo, estava lotado. Não haveria de acontecer a atuação do malandro do apito. Tudo de novo. Lance interpretativo, omissão da tecnologia, duas bolas na mão, pênalti não marcado. Empate contra o Flamengo.

Nada mais pode ser feito.

Nem é mais caso de polícia.

Arquive-se.

Desilusão. 



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