O Rio Grande do Sul alcançou, em agosto,
a marca de 43
mil mortes por Covid-19. Até a última sexta-feira (6), o estado somava 43.005 vítimas do coronavírus desde o início da pandemia em 2020. Apesar disso, o número sofreu uma grande desaceleração nos últimos dois anos.
Mesmo com a redução do "ritmo" das mortes por coronavírus,
especialistas enxergam um "aumento
sutil" no número de casos e uma baixa procura pela vacina no estado. Muitas pessoas ainda têm
dúvidas se, depois de quatro ou cinco doses aplicadas, podem ou não se
vacinar .
Desaceleração nas mortes, atenção com os casos
No pior momento da
pandemia, em março de 2021, 5 mil
pessoas morreram de Covid no RS em apenas 17 dias. Agora, as últimas 3 mil mortes ocorreram em
um intervalo de 777 dias – 2 anos e 2 meses.
Apesar da redução do intervalo
entre as mortes, o coronavírus segue no ar. No Brasil, um levantamento da
Fiocruz mostra que os casos graves de Covid vêm crescendo, e a vacinação está
abaixo do esperado.
A especialista em saúde Letícia Garay Martins, do Centro Estadual de
Vigilância em Saúde (Cevs), afirma que já se observa um "aumento
sutil" na presença do Sars-CoV-2 no RS.
"Assim como outros estados, também estamos percebendo um aumento da
circulação do vírus", diz.
A orientação, de acordo com Letícia, é para que as pessoas cumpram as
medidas de proteção quando apresentarem quadros respiratórios, não só com
Covid, mas com outras vírus de transmissão respiratória.
Vacinação
Especialistas apontam que a melhora no cenário em relação às mortes se
deu graças à vacinação. No Rio Grande do Sul, 9,9 milhões de pessoas
tomaram ao menos uma dose do imunizante. O número equivale a cerca de 88% da população atual do estado, de
11,2 milhões de pessoas. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (SES), cerca de
60% da população vacinável completou o esquema vacinal com mais doses.
"Com a questão do próprio sucesso da vacinação e com a retomada das
nossas rotinas, as pessoas perderam o medo", diz Augusto Crippa, chefe do
Núcleo de Imunizações Zona Sul da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto
Alegre.
Augusto Crippa afirma que a procura por vacinas aumenta quando há algum
anúncio de recomendação, mas que, atualmente, o interesse da população do
RS em se imunizar é baixo.
"A gente tem percebido uma procura cada vez mais baixa da
vacina", observa o enfermeiro da SMS.
Quem deve se vacinar contra a Covid:
Segundo Augusto, se a pessoa procurar uma unidade e for avaliada
que não é de grupo prioritário, ela não vai receber a vacina. Já quem nunca recebeu uma dose pode
receber uma, explica.
Quem nunca se vacinou: pode se
vacinar
Pessoas que nunca receberam uma dose da vacina contra o coronavírus
podem se vacinar, independente da faixa etária ou grupo social. A dose aplicada
é uma monovalente e está atualizada ao tipo de vírus com a circulação
predominante no Brasil, o tipo XBB da ômicron.
"A ômicron é a última variante de importância que a gente teve, e
ela já sofreu várias mutações. A XBB é ramificação da variante ômicron",
comenta Letícia Garay Martins, do Cevs.
Quem já se vacinou ao menos uma vez:
Crianças de seis meses a 5 anos: qualquer
pessoa
A vacina monovalente XBB está no calendário de rotina das crianças de 6
meses a menores de 5 anos.
Indicação de duas doses com um intervalo mínimo de quatro semanas. Porto
Alegre registra falta de doses para atender crianças (de seis meses a 12 anos)
em razão de um desabastecimento nacional, segundo a SMS.
A partir dos 5 anos de idade: só quem
faz parte dos grupos prioritários
Uma dose semestral para:
Pessoas com 60 anos ou mais
Imunodeprimidos (pacientes com o sistema imune fragilizado por conta de
determinadas condições, com risco maior para doenças infecciosas)
Gestantes
Puérperas (45 dias após o parto)
Uma dose
anual para:
Pessoas que vivem em instituições de longa permanência
Pessoas que trabalham em instituições de longa permanência
Indígenas
Ribeirinhos
Quilombolas
Trabalhadores da saúde
Pessoas com deficiência permanente
Pessoas com comorbidades (doenças crônicas, entre outras)
Pessoas privadas liberdade com mais de 18 anos
Funcionários de presídios
Adolescentes e jovens em medidas socioeducativas
Pessoas em situação de rua