Publicado em 29/07/2024 às 09:49

Conselho Nacional Eleitoral declara vitória de Maduro nas eleições da Venezuela

Conselho Nacional Eleitoral declara vitória de Maduro nas eleições da Venezuela
Foto: YURI CORTEZ / AFP

Com 80% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela afirmou, na madrugada desta segunda-feira (29), que Nicolás Maduro foi reeleito presidente do país. Segundo o presidente do órgão, Elvis Amoroso, com este percentual de apuração, a vitória é "forte e irreversível" (veja o anúncio abaixo). A oposição contesta.

De acordo com o CNE, Maduro obteve 51,2% dos votos (um total de 5,15 milhões). Já o candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, 44,2% (4,45 milhões), e os demais candidatos somaram 4,6%. O comparecimento às urnas foi de 59%, segundo o órgão.

O CNE disse ainda que a demora para a liberação dos resultados do pleito realizado neste domingo (28) ocorreu por causa de um ataque ao sistema de transmissão dos votos.

Em discurso na madrugada desta segunda-feira, a líder opositora María Corina Machado contestou o boletim divulgado:

— Queremos dizer a toda Venezuela e ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia (...). González Urrutia obteve 70% dos votos e Nicolás Maduro 30%. Esta é a verdade.

Pouco antes da divulgação do primeiro boletim do órgão eleitoral, o comando da oposição havia denunciado irregularidades no escrutínio.

— Pedimos, em nome da paz na Venezuela, em nome da credibilidade no voto como instrumento para tomar as grandes decisões do mundo civilizado, que não deem um passo em falso — declarou Omar Barboza, secretário-geral da coalizão Plataforma Unitária Democrática, que apoia González.

Terceiro mandato

A votação era considerada a mais desafiadora para o chavismo em 25 anos, com uma oposição bastante unida.

Maduro está à frente do país desde 2013. O novo mandato do país sul-americano será de 2025 até 2031.

Na madrugada desta segunda, o presidente fez um discurso, defendendo o sistema eleitoral venezuelano. Ele afirmou também que houve um "ataque hacker massivo", que disse já saber de onde veio, mas não deu detalhes.

— O fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chávez, não passará — declarou no discurso.

Disse, ainda, que "haverá paz, estabilidade e justiça" no país.

A eleição

Cerca de 21 milhões de venezuelanos ontem (28) o próximo presidente do país sul-americano. Presidente do atual mandato, Nicolás Maduro, enfrentou nove concorrentes nas urnas. 

Pela primeira vez em 11 anos, a oposição foi para disputa unida. O momento em que ela esteve mais perto de vencer o chavismo foi em 2013, logo após a morte de Hugo Chávez. Maduro, então vice-presidente, venceu apertado Henrique Capriles, por 50% a 49%.

Em 2018, a estratégia da oposição de boicotar a votação foi um desastre e resultou na reeleição de Maduro por ampla margem. Agora, os opositores fecharam questão com qualquer candidatura que fosse capaz de derrotar o chavismo. Por diversas partes do mundo, venezuelanos realizaram, ontem, atos contra Maduro e em pró de uma eleição livre. 


Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO,GZH,AFP

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