A partir de janeiro de 2025, todo proprietário de veículo motorizado vai voltar a pagar o seguro DPVAT – para garantir a proteção de vítimas de acidentes de trânsito. E isso vai exigir uma atenção especial em 21 estados e no Distrito Federal.
O seguro cobre indenizações por morte, invalidez permanente e reembolsa
despesas com assistência médica, serviços funerários e reabilitação
profissional. A cobrança do DPVAT foi extinta em 2020, no governo Jair
Bolsonaro.
Nos anos em que o seguro deixou de ser cobrado, o dinheiro que estava
acumulado no fundo do DPVAT foi usado para pagar as indenizações – até novembro
de 2023. Desde então, o pagamento para as vítimas está suspenso.
Este ano, o governo Lula aprovou, no Congresso Nacional, a volta do
seguro, que vai se chamar SPVAT – Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas
de Acidentes de Trânsito.
A cobrança é obrigatória para todos os proprietários de veículos, a
partir de 2025. O valor ainda não foi definido. O governo estima entre R$50 e
R$60 por ano.
"Existe uma parcela
considerável da população brasileira que não tem seguro privado. São cerca de
400 mil pessoas por ano que recorrem, que fazem jus a esse instrumento, e é
justamente esse pagamento de indenização que autoriza essas pessoas a
recomeçarem as suas vidas", afirma Alessandro Octaviani, superintendente
da Susep.
Pela lei, os estados tinham
até agosto para firmar parceria com a Caixa Econômica e fazer a cobrança do
seguro juntamente com a taxa de licenciamento anual e o IPVA. Mas apenas Bahia,
Espírito Santo, Paraíba, Maranhão e Sergipe aderiram.
Isso não quer dizer que os
motoristas do restante do país ficarão isentos. Segundo a lei, nos demais
estados e no Distrito Federal, o pagamento do seguro terá de ser feito
diretamente na Caixa.
A Associação Nacional dos
Detrans explica que os estados não podem optar por não cobrar o seguro. Sem o
pagamento, o motorista não recebe o licenciamento anual e fica com o veículo
irregular.
"O SPVAT é um encargo
federal, cobrado pela Caixa Econômica Federal, e é ela que vai lançar lá
nos sistemas da Senatran, onde tem todas as informações dos veículos do Brasil,
as informações sobre quitação ou não deste seguro. A lei que criou o SPVAT diz
que, se este débito estiver em aberto, não é possível gerar o
licenciamento", explica Givaldo Vieira – presidente da Associação Nacional
dos Detrans.
Dirigir sem o licenciamento é
uma infração gravíssima. O motorista recebe sete pontos na carteira, paga multa
de R$293 e pode ter o veículo apreendido.