Publicado em 10/01/2024 às 10:18

Coreia do Sul aprova lei que proíbe a produção e o comércio de carne de cachorro

Coreia do Sul aprova lei que proíbe a produção e o comércio de carne de cachorro

Um hábito cultural e gastronômico da Coreia do Sul está com os dias contados. A produção e a venda de carne de cachorro vão ser proibidas. O prato secular da culinária sul-coreana ainda é consumido no país, mas está longe de ser popular. O que já foi tradição é hoje uma prática espantosa para as novas gerações, que há muitos anos pressionam por mudanças na lei.

 

Nesta terça-feira (9), com votação expressiva, o parlamento da Coreia do Sul decidiu proibir a criação, o abate e a venda da carne de cães para consumo humano. Um casal afirma que a nova lei é mais um passo na direção certa. Uma jovem de 23 anos concorda.

 

"Eu e muita gente da minha geração acreditamos ser antiético comer ou matar cachorros, não importa o motivo", diz ela.

 

O presidente sul-coreano e a primeira-dama também fizeram campanha pela mudança. Eles são apaixonados por pets e, no penúltimo Natal, adotaram um cão guia aposentado.

 

Um estudo, citado no projeto de lei, indica que a maioria dos sul-coreanos apoia a proibição e que 80% deles não demonstram interesse no consumo desse tipo de carne.

 

A nova lei não vai criminalizar o consumo da carne de cachorro. O alvo é todo o comércio por trás dessa prática. Até o 2023, havia mais de 1,1 mil fazendas no país que criavam cachorros para o abate e mais de 1,6 mil restaurantes ainda oferecem esse tipo de carne no cardápio.

 

O setor vai ter três anos pra se adaptar. Quem descumprir pode levar uma multa equivalente a mais de R$ 100 mil ou pegar até três anos de prisão. O governo estima que cerca de 500 mil cachorros vivam em gaiolas no país. Um ativista afirma que a nova lei é um marco na proteção dos animais. Ele diz que o próximo passo é trabalhar com as autoridades para resgatar os cachorros que vão ser abandonados. Ele conta que a missão, agora, é encontrar uma família para cada um deles.


Fonte: Jornal Nacional

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