O presidente Lula está lúcido e orientado,
segundo boletim médico divulgado na manhã desta sexta-feira (13) pelo Hospital
Sírio-Libanês. Ele alimentou-se normalmente e caminhou pelos corredores do
hospital. O presidente segue internado, mas agora sob cuidados
semi-intensivos.
Nas redes sociais, Lula publicou um vídeo no qual aparece
caminhando ao lado do médico Marcos Stavale, neurologista que está acompanhando
seu processo de recuperação após o acidente doméstico ocorrido em 19 de
outubro.
"Em breve, pronto para voltar para casa e seguir
trabalhando e cuidando de cada família brasileira", diz a postagem.
"Obrigado pelo carinho de vocês e por toda a dedicação da equipe médica. O
amor que recebo me mantém sempre pronto para seguir!"
Na quinta-feira (12), os médicos já previam que haveria uma
redução na monitorização dos parâmetros de saúde, que era feita, até então, de
forma intensiva, como em uma UTI. Lula, no entanto, continuaria no mesmo
quarto do hospital, segundo a equipe médica. "O
que define hoje o cuidado de UTI do presidente e também de qualquer outro
paciente é a monitorização contínua, que, para o leigo, são aqueles
dispositivos que a gente prega no peito e aparecem lá na televisãozinha os
gráficos. Então, hoje, o presidente está sendo monitorizado. A partir do
momento em que a gente tira essa monitorização contínua, significa que ele não
está mais sob os cuidados de UTI. Mas, em relação ao espaço físico onde hoje o
presidente está alojado, ele vai permanecer no mesmo espaço físico, apenas o
que vão mudar serão os cuidados", afirmou a infectologista Ana Helena
Germoglio, em entrevista à imprensa na quinta.
O petista, que tem 79 anos, fez uma cirurgia de
emergência na madrugada de terça-feira (10) para drenar um hematoma na
cabeça - ainda em decorrência da queda que sofreu no banheiro de casa em
outubro.
Na quinta, ele passou por um procedimento para evitar um
novo sangramento na cabeça. No fim do dia, o dreno intracraniano que havia sido
colocado no local da cirurgia de terça foi retirado.
A previsão de alta está mantida para o início da semana que vem, na segunda ou terça-feira. Segundo a equipe médica, o exame neurológico do presidente está normal. A única recomendação é de repouso relativo para que ele não faça esforço físico e evite estresse emocional. Os médicos têm reiterado que Lula não ficará com nenhuma sequela e que as funções neurológicas dele estão preservadas.
A intervenção feita na quinta foi um complemento à cirurgia
de terça e teve caráter preventivo para evitar um novo sangramento.
"A chance de [o hematoma] se refazer é baixa", disse o neurologista
Rogério Tuma.
Recuperação
Agora, a recuperação de Lula vai exigir um repouso
relativo. Com exceção da família, as visitas estão proibidas até o fim da
internação.
Os médicos ressaltaram que o presidente está "apto
para praticar qualquer ato de vida" e a trabalhar, mas a recomendação é
que ele não trabalhe enquanto estiver no hospital para não passar por estresse.
Queda no banheiro e dor de cabeça
O presidente foi internado às pressas no fim da noite de
segunda no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo após passar o dia com dor
de cabeça. Ele achava, na verdade, que estivesse ficando com gripe.
Ainda em Brasília, ele havia feito um exame de imagem, que
mostrou uma nova hemorragia intracraniana, de cerca de três centímetros. Lula
foi, então, transferido para São Paulo.
Embora, na queda, Lula tivesse batido a região da nuca, o hematoma estava na região do lobo frontal e do lobo parietal. O lobo frontal está localizado diretamente atrás da testa, e o parietal, atrás do frontal. Isso acontece, segundo os médicos, porque o sangramento é causado pelo "chacoalhão" do cérebro na batida e não é no local da batida.
O lobo frontal é considerado o centro de controle por ser
responsável pelos movimentos voluntários do corpo, pela linguagem e pelo
gerenciamento das habilidades cognitivas. Já o lobo parietal faz a integração
das informações sensoriais, como toque, temperatura e dor.