Os trabalhos de buscas por restos mortais e destroços
do avião que caiu em Gramado, na Avenida das Hortênsias, foram encerrados
no fim da manhã desta segunda (23). A confirmação foi feita pelo capitão do
Corpo de Bombeiros, Pedro Henrique Sanhudo, por volta de 11h45min.
Além da retirada dos destroços, o capitão explicou
que todas as provas para a investigação dos órgãos de segurança, como
peças da aeronave, foram completamente recolhidas. A área também foi
estabilizada. Além disso, ela será isolada. A pousada atingida pelo avião
também será reavaliada.
— O isolamento ainda ocorre em virtude deste risco que
aconteceu em razão da queda, em razão da colisão da aeronave com a estrutura e
posteriormente a sua explosão, visto que nós temos aí uma onda que penetrou e
alcançou estabelecimentos num raio da região — explicou o capitão.
No momento, uma pista da Avenida das Hortênsias segue
bloqueada. Tapumes foram colocados no terreno onde o avião caiu.
Identificação em andamento
O trabalho de identificação dos corpos das
vítimas já está em andamento. Familiares dos 10 mortos, que moram em
São Paulo, estão sendo encaminhados para fazerem coleta de DNA. Além
disso, fichas papiloscópicas (que contém impressões digitais) e registros
odontológicos estão sendo reunidos para envio ao Estado.
Os procedimentos estão sendo coordenados pelo
Instituto-Geral de Perícias (IGP) do Rio Grande do Sul com apoio do mesmo órgão
de São Paulo e da Polícia Civil. O trabalho do IGP gaúcho está sendo feito
por uma equipe especializada em atendimento de desastres em massa, a
partir de um protocolo internacional criado pela Interpol, que é o Disaster
Victims Identification (DVI).
Como o acidente aconteceu
Conforme a Infraero, a aeronave partiu de Canela às 9h15min
e teria como destino Jundiaí (SP). No meio do percurso, no entanto, o avião
teria batido contra a chaminé de um prédio, perto da Avenida das Hortênsias.
Na sequência, a aeronave teria acertado o segundo andar de
uma residência e, então, caiu sobre uma loja de móveis. Destroços ainda
alcançaram uma pousada.
O que teria causado o acidente
Segundo relatos de moradores do entorno do acidente,
a aeronave teria perdido o controle após acertar a chaminé,
acarretando nas colisões envolvendo a casa, a loja de móveis e a pousada.
A condição meteorológica foi apontada por especialistas
contatados pela Zero Hora como um dos elementos que podem ter sido
determinantes para a ocorrência. Para o presidente do Aeroclube de Canela,
Marcelo Sulzbach, a observação de imagens indica que pode ter ocorrido uma
rápida piora na condição visual por conta de nevoeiro e nebulosidade.
A causa oficial, entretanto, será divulgada pelo Cenipa,
responsável por investigar ocorrências aeronáuticas, após o término da apuração
do fato.
O Cenipa acionou investigadores do 5º Serviço
Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa V),
de Canoas, para atender a ocorrência. A equipe realizou a chamada Ação
Inicial, em que são utilizadas técnicas específicas para a coleta e
confirmação de dados, preservação dos elementos, verificação inicial de danos
causados à aeronave (ou por ela) e levantamento de informações necessárias
à investigação.
O Cenipa destacou, ainda, que vai se pronunciar sobre o
resultado da investigação através do Relatório Final. O objetivo é que a
conclusão tenha o menor prazo possível, mas depende da complexidade da
ocorrência.
Quem são as vítimas
O empresário Luiz Cláudio Galeazzi, 61 anos, é uma das
vítimas do acidente. Além dele, que estava pilotando a aeronave, nove
familiares ocupavam o avião e morreram no acidente. As vítimas são a esposa de
Galeazzi e três filhas do casal, a mãe da esposa, uma cunhada e o marido e seus
dois filhos. Veja a lista: