O sonho de ouro inédito está cada vez mais distante da
Seleção Brasileira. Depois de perder para o Japão e deixar a classificação
escapar, o Brasil precisava ao menos empatar com a campeã do mundo Espanha
para avançar sem depender de nenhum resultado paralelo.
Mas não conseguiu. Em partida que teve uma a menos durante
um tempo inteiro, após a expulsão de Marta, a Seleção perdeu por 2 a 0,
com gols de Athenea e Putellas, e agora terá de secar Austrália ou Canadá ao
longo da tarde.
A única chance é de avançar
como um dos melhores terceiros. Para isso, australianas ou canadenses precisam
perder. Elas enfrentarão, respectivamente, Estados Unidos e Colômbia. De
toda forma, a Seleção só saberá seu futuro nos Jogos Olímpicos no final da tarde
desta quarta-feira (31).
Vislumbrando pontuar, o Brasil foi a campo com uma formação
completamente diferente daquela que perdeu para o Japão. O técnico Arthur Elias
promoveu sete alterações na equipe, mas manteve o 3-5-2. Na defesa, Tarciane
ganhou uma vaga entre as titulares, com o esquema de três zagueiras composto,
ainda, por Antonia e Lauren. No meio de campo, Adriana e
Tamires foram as alas escolhidas para enfrentar o melhor time do mundo, com
Duda Sampaio, Yayá e Marta preenchendo a linha de cinco. À frente, novas
mudanças: Ludmila e Kerolin iniciaram entre as 11.
Mesmo já classificada e
preservando algumas titulares, a Espanha era avassaladora sobre o Brasil. Logo
aos 2 minutos, a primeira chance. Olga Carmona cruzou pela esquerda, a
bola atravessou a área sem que ninguém conseguisse afastar, e chegou para que
Athenea aparecesse livre para finalizar, quase sem ângulo, exigindo a primeira
defesa de Lorena.
A resposta brasileira veio aos
9, após mais um bom lançamento de Duda Sampaio para Ludmila. A atacante
brasileira invadiu a área e finalizou, mas a bola bateu em Codina e parou na
trave.
As espanholas chegaram a
balançar as redes aos 13. Após cruzamento à área, Patri Guijarro ajeitou
de cabeça e Lucía García mandou de pé direito para as redes, vencendo a
marcação de Lauren. Para a sorte do Brasil, a atacante espanhola
estava impedida e o gol foi invalidado.
A Seleção ensaiou uma resposta
aos 21. Ludmila puxou contra-ataque em velocidade e deu o passe para Kerolin. A
atacante brasileira viu a marcação chegar e optou pelo passe para Tamires. Mas
antes que a lateral-esquerda pudesse cruzar à área, Lucía Garcia apareceu para
afastar qualquer perigo.
Na sequência, a Espanha já
retomou o domínio. Aos 25, após escanteio cobrado por Teresa, houve bate e
rebate na área. Antonia e Tarciane, em dois lances, apareceram para afastar.
Lgo no minuto seguinte, foi a vez de Abelleira aparecer entre Kerolin e Duda Sampaio
na entrada da área para arriscar novamente, parando em grande defesa de
Lorena.
A Espanha insistia em busca do
primeiro gol, especialmente na bola área. Foi assim que Lucía García e Navarro
tentaram balançar as redes. Mas, em ambas, a bola foi para fora.
Nos acréscimos, a situação
ficou ainda mais dramática. Marta se descontrolou e cometeu uma falta
imprudente em Olga, colocando o pé na cabeça da adversária, sem tocar na bola.
A camisa 10 do Brasil foi expulsa, e a Espanha ainda teve falta próxima à área.
Abelleira cobrou com muito perigo, e Lorena foi buscar no cantinho direito,
encerrando o primeiro tempo com o empate.
Para os 45 minutos finais,
Montse Tomé voltou com duas titulares. Caldentey e Paralluelo foram para o jogo
nos lugadres de Eva Navarro e Lucía García. Logo no primeiro minuto, mais uma
chance espanhola, com Abelleira arriscando da entrada da área, mas mandando
pela linha de fundo.
A resposta brasileira veio aos
5. Kerolin roubou a bola no corredor direito e puxou contra-ataque. Ludmila
conseguiu acompanhar para receber na entrada da área e finalizar. Mas Cata Coll
espalmou a chance brasileira. Logo na sequência, o Brasil insistiu. Yayá
pressionou a saída de bola espanhola, e induziu Batlle ao erro. A bola sobrou
para Kerolin, que bateu de direita, mas também parou na segunda melhor goleira
do mundo.
Após a reação esboçada pela
Seleção, Arthur Elias promoveu quatro trocas. Ana Vitória, Yasmim, Gabi
Portilho e Jheniffer foram para o jogo nos lugares de Duda Sampaio, Tamires,
Ludmila e Kerolin.
Mas o Brasil pouco melhorou.
Do outro lado, Montse Tomé respondeu colocando as duas últimas melhores do
mundo em campo: Putellas e Bonmatí entraram nas vagas de Guijarro e Hermoso,
para acrescentar ainda mais qualidade à seleção espanhola.
E não precisou de muito tempo
para que o volume de jogo virasse gol. Aos 22 minutos, Caldentey cruzou para a
área. Lorena espalmou, mas deixou a bola viva na área, nos pés de Athenea, que
apenas teve o trabalho de tocar com pé direito e estufar as redes.
Mas as espanholas não estavam
satisfeitas. Dois minutos depois foi a vez de Carmona arriscar da entrada da
área, para que Lorena espalmasse pra fora. Assim como no começo do jogo, a
Espanha seguiu avassaladora sobre o Brasil, e empilhou chances com Putellas, Aleixandri
e Abelleira. Até que conseguiu fazer o segundo, no 16º minuto de acréscimo, com
Putellas marcando um golaço, da entrada da área.
A Seleção, que ainda jogou os
últimos minutos com duas a menos, após Antonia sentir e não ter mais
substituições disponíveis, não conseguiu esboçar nenhuma reação para buscar o
empate. Agora, terá de secar Canadá e Austrália nos jogos da tarde para avançar
como um dos melhores terceiros colocados. As canadenses entram em campo às 16h,
contra a Colômbia. Enquanto as australianas duelam com os Estados Unidos, às
14h. Ao menos um desses dois precisa perder.