Publicado em 09/09/2024 às 15:29

Virtudes farroupilhas hasteadas

Gaúchos e gaúchas estão recordando e comemorando nesta semana – nos CTGs, acampamentos, piquetes, escolas e noutros lugares apropriados – alguns fatos históricos acontecidos nos dez anos de lutas guerreiras havidas nas geografias rio-grandenses entre 1835 e 1845. Fatos acontecidos provocados no geral pelos desmandos e injustiças vindas do Império, atingindo, além de outros campos, os econômicos e políticos do povo gaúcho de então. Algumas virtudes básicas do povo gaúcho de então e de hoje se encontram exaltadas na letra do Hino Rio-Grandense escrita em 1934 por Francisco Pinto da Fontoura, militar e poeta, conhecido e chamado na época, mais que depois e agora, como o Chiquinho da Vovó.

Cabe nesta semana mais que palavras pessoais a sugestão de leitura de dois livros que contêm centenas de fatos sobre a Guerra dos Farrapos. Os Varões Assinalados, de Tabajara Ruas, 573 páginas, e A Guerra dos Farrapos, de Alcy Chueiche, 192 páginas, vêm de dois grandes e renomados escritores gaúchos. Neles – nos dois livros e autores – os fatos repassados pela literariedade  e ficção de romance não fogem do real. Neles nada soa falso. Tudo é verossímil. Todos os dados, lugares e personagens são reais e bem apresentados em todos os sentidos, inclusive nos visuais. Leitores não querem interromper as leituras. Um fato puxa o outro e ao outro, uma página puxa outra e à outra. Aqueles que os leram sabem, além de inúmeros fatos outros, os de como foi o começo, o meio e o fim da Guerra dos Farrapos. Em termos de sugestão de leitura, ler primeiro Os Varões Assinalados e depois A Guerra dos Farrapos. E vale à pena tê-los, entre os demais, na própria biblioteca.

No romance de Alcy Cheuche não há personagens de ficção. Explica-se esse não pelo fio condutor da narrativa que não necessita alongar-se mais do que o período chamado de Decênio Heroico e também porque as personagens históricas da Guerra dos Farrapos encontram muitos esclarecimentos em outros livros de ficção e de poesia.  E no romance de Tabajara Ruas há diálogos em profusão. Nenhum deles encurrala o leitor entre a história e a recriação ficcional, entre o real e a lenda. Inclusive o duelo entre Onofre e Bento.     

Assim, hino e livros nesta Semana Farroupilha hasteiam a história da Guerra dos Farrapos e também as virtudes das personagens reais nela envolvidas e por extensão de todos os gaúchos e as gaúchas hoje vivendo nestas históricas, imortais, honradas e amadas querências farroupilhas recontando e recantando nestes versos um tanto invertidos e na forma de prosa, além de tudo mais, que para o povo “ser livre não basta ser forte, aguerrido e bravo, sem virtudes acaba por ser escravo”.

 



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