O vereador Carlos Gonçalves (PP), candidato a vice de
Nívio Braz (PL), foi o entrevistado desta quinta-feira (19) do programa Rádio
Visão, da Rádio Santo Ângelo. Salientou que é um político de direita e teve que
optar por um novo partido por extinção do PRTB no Rio Grande do Sul e ao
receber convite optou pelo Partido Progressista, que aliou-se ao PL para a
disputa da eleição municipal.
Salientou que inicialmente trabalhou seu nome para ser
candidato a prefeito, porém, com as negociações entre as siglas ficou definido
que se candidataria a vice-prefeito. “Por acreditar que podemos mudar a gestão
de Santo Ângelo aceitei concorrer ao lado de Nívio Braz”.
Indagado sobre a posição partidária, disse sentir que a
grande maioria do PP está ao lado da sua chapa. “É difícil conciliar todos,
porque às vezes existem interesses que a gente não sabe a razão que faz não
apoiar a candidatura do próprio partido. A maioria está conosco porque defendemos
os valores que o PP sempre defendeu. Se estivéssemos coligados com um partido
de esquerda, até se entenderia”.
Frisou ainda que dará expediente diário na Prefeitura,
com uma gestão em conjunto com o prefeito, que vai visitar as secretarias,
ouvindo os servidores e mostrando que será um governo participativo. “Teremos
essa sintonia no trabalho de gestão”.
DESENVOLVIMENTO
Carlos afirmou que uma das principais reivindicações da
comunidade é por mais oportunidade de trabalho e dentro disso, um exemplo é
colocar o distrito industrial em funcionamento, já que a área foi comprada pela
atual gestão. “São muitas empresas que precisam de espaço maior para se
desenvolver e é papel do Executivo proporcionar essa oportunidade. E, também,
poder oferecer local adequado para empresas de fora se instalarem em Santo
Ângelo”.
Na sua avaliação, Santo Ângelo também precisa ter maior
participação em feiras e eventos, para divulgar suas potencialidades e atrair
investimentos. “Tudo para gerar emprego e renda e dar maior visibilidade para
nossa cidade”.
SAÚDE
O candidato do PP salientou que a saúde também é um
gargalo, pela demora no atendimento, falta de médicos ou pelo sistema de
distribuição de fichas e lentidão no fornecimento de exames. “Temos um estudo
para municipalizar a Saúde, o que proporcionaria que os recursos do Estado e da
União sejam geridos aqui, contratando os serviços, atendendo o que precisa e
movimentando a economia, pois esse dinheiro ficaria na cidade”.
Questionado sobre os recursos externos serem escassos e a
responsabilidade aumentar com a municipalização, o candidato disse que a
coligação da qual faz parte possui vários deputados federais com compromisso de
colocar recursos em Santo Ângelo para alavancar esse atendimento. “Município
tem que ter coragem de enfrentar e solucionar o problema, por exemplo, das
cirurgias eletivas que estão represadas”.
Com relação à UPA, o número de atendimentos é fruto das
pessoas procurarem diretamente a Unidade e não os postos dos bairros. “Na
Municipalização a gestão fortalece a unidade dos bairros, desafogando a UPA.
Hoje, qualquer situação a pessoa procura a UPA e não pode ser assim, primeiro
tem que ir ao posto do seu bairro. As unidades podem resolver até 80% dos
casos, desafogando UPA e Hospital Regional das Missões”.
A respeito do futuro secretário municipal de Saúde,
observou que pode aliar conhecimento de um médico com capacidade de gestão.
HABITAÇÃO
Carlos Gonçalves diz que o plano de governo propõe a
análise sobre a recriação da Secretaria Municipal de Habitação, buscando
recursos externos e viabilizando terrenos para que sejam formalizados convênios
e implementar mutirão habitacional para as pessoas que realmente precisam. “Em
Santa Rosa, a Prefeitura viabiliza os 20% de entrada para o financiamento da
Caixa, o que é uma forma de ajudar e pode ser estudada”.
FUNCIONALISMO
“Vamos procurar valorizar quem ganha menos, aumentando o
salário base. São cerca de 40% dos servidores que estão nessa situação. O
Vale-Alimentação é uma necessidade e muitas vezes falam que vamos cortar, o que
não é verdade. Para isso, temos que ver a real situação depois de ter assumido
a gestão e analisar a melhor forma para ao longo dos quatro anos dar reposição
acima da inflação”, analisou sobre a situação dos servidores.
Também falou sobre a qualificação dos secretários
municipais. “Vamos buscar pessoas comprometidas e qualificadas em cada
secretaria para saber usar os recursos de cada pasta”.
SALÁRIOS
A respeito do recente projeto de aumento dos agentes
políticos de Santo Ângelo, aprovado pela Câmara de Vereadores e vetado pelo
prefeito Jacques Barbosa, o candidato a vice-prefeito afirmou que o momento não
era oportuno para votar e foi infeliz na votação. “Os vereadores ficaram vários
anos sem reposição. Nossos secretários tem salário bem menor aos de outros
municípios do mesmo porte. Porém, o momento não era oportuno e o prefeito vetou
e nós acatamos. Mas, o prefeito não deveria ter vetado o aumento aos
secretários. Ele sabe como é difícil encontrar uma pessoa qualificada com o
salário de R$ 6,5 mil. Então, são pessoas com projeto político ou que possuem
outra renda e aí se consegue quadro para o secretariado”.
INTERIOR
Para o meio rural, o entrevistado salientou que será dada
uma atenção especial, entendo que é possível prestar um melhor serviço.
“Existem alguns pontos específicos, que precisam ser atacados de forma inicial
e fazer um planejamento a longo prazo para que as estradas tenham mais
durabilidade. Essa é uma das principais reivindicações da população do
interior, além da segurança e internet de qualidade. Precisamos de gente
competente na Secretaria, com conhecimento para executar o melhor trabalho a longo
prazo. Não podemos só resolver os pontos críticos e deixar o restante sem
atenção. Em dois anos podemos atingir todas as localidades com estradas de
qualidade”.