Após diversos dias cinzentos nos
últimos dois meses com a atmosfera encoberta pela fumaça dos incêndios
florestais que atingem o Brasil e países vizinhos, o Rio Grande do Sul
deve ter sua atmosfera limpa nas próximas semanas de outubro.
A instabilidade que avança sobre
estados do centro-oeste do país vai favorecer o controle dos focos de queimadas
florestais, com redução na emissão de poluentes no ar.
O Serviço de Monitoramento
Atmosférico da União Europeia mostra baixa concentração de vestígios das
queimadas sobre o Rio Grande do Sul a partir desta quarta-feira (16), quando a
nuvem de fumaça começa a se dissipar e diminui significativamente.
O meteorologista da Climatempo
Guilherme Borges explica que o cenário é resultado de sistemas meteorológicos
típicos da primavera que devem se estabelecer de maneira "mais
efetiva" na região central brasileira.
— A primavera tende a ser mais
chuvosa, não só na região central do Brasil. Ela marca essa transição entre
período seco e período chuvoso, então favorece para limpar a atmosfera e
também dar uma atenuada nos focos de incêndio — explica o meteorologista,
acrescentando que os modelos meteorológicos da estação devem se intensificar no
centro-oeste a partir de domingo (20) de outubro.
A previsão também é indicada no
Serviço de Monitoramento Atmosférico, que indica redução significativa nos
níveis de concentração de fumaça sobre todo território brasileiro a partir de
20 de outubro. Na projeção via satélite para os próximos dias, é possível observar diminuição
do tamanho da nuvem que se formou com a fumaça dos incêndios.
Qualidade do ar
Em medição realizada as 9h desta
terça-feira (15), a agência suíça IQAir classificou a qualidade do ar como
"moderada" em Porto Alegre, Santa Maria, Santa Cruz do Sul e Passo
Fundo. No mesmo horário, o índice foi "bom" em Pelotas e Caixas do
Sul.
A projeção para os próximos dias
acompanha a previsão de diminuição da fumaça sobre a atmosfera. O IQAir indica
que a qualidade do ar deve variar entre "moderada" e "boa"
no Rio Grande do Sul até a próxima semana, sem atingir índices elevados de
concentração de material particulado fino.
Em agosto e setembro, diversos
municípios do Rio Grande do Sul chegaram a ter o ar classificado como "insalubre"
pela agência IQAir. Houve recomendação para evitar atividades ao ar
livre e o uso de máscaras de proteção.