O Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu
(0,9%) na passagem do segundo trimestre para o terceiro. As altas nos Serviços
(0,9%) e na Indústria (0,6%) contribuíram para essa taxa positiva, ainda que
a Agropecuária tenha recuado 0,9% no período.
Em valores correntes, foram gerados R$ 3,0 trilhões. De
janeiro a setembro, o PIB acumulou alta de 3,3%, enquanto nos últimos quatro
trimestres, a alta foi de 3,1%. Frente ao 3º trimestre de 2023, o indicador
cresceu 4,0%. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais,
divulgado hoje (3) pelo IBGE.
Na divulgação do terceiro trimestre das Contas Nacionais
Trimestrais, o IBGE tem a rotina de realizar uma revisão mais abrangente que
incorpora os novos pesos das Contas Nacionais Anuais de dois anos antes.
Porém, em virtude do projeto de mudança do ano base do
Sistema de Contas de 2010 para 2021, houve um trabalho adicional levando à
definição de um período de transição em que a divulgação da série anual é
suspensa temporariamente. Sendo assim, os resultados apresentados trazem
revisões referentes a 2023 e 2024, por conta das modificações nos dados
primários.
Com isso, o resultado do PIB para o ano de 2023,
anteriormente um crescimento de 2,9%, foi revisto para 3,2%, com revisões, sob
a ótica da produção, em Serviços (de 2,4% para 2,8%), na Indústria (de 1,6%
para 1,7%) e na Agropecuária (de 15,1% para 16,3%).
“Na Agropecuária, a diferença entre o resultado revisto e o
original pode ser explicada, em grande parte, pela incorporação de novas fontes
estruturais anuais do IBGE que não estavam disponíveis na compilação anterior,
como a Produção Agrícola Municipal, a Produção da Pecuária Municipal e a
Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura. Essas pesquisas foram
incorporadas em substituição aos dados de pesquisas conjunturais” explica a
coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
Informação e comunicação, além das Indústrias
de transformação, se destacam no 3º trimestre
Nos resultados do 3º trimestre de 2024 frente ao trimestre
imediatamente anterior, dois dos três grandes setores econômicos sob a ótica da
produção avançaram: Serviços (0,9%) e Indústria (0,6%). Já a Agropecuária
registrou queda de 0,9% no período.
Nos Serviços, cresceram: Informação e comunicação (2,1%);
Outras atividades de serviços (1,7%); Atividades financeiras, de seguros e
serviços relacionados (1,5%); Atividades imobiliárias (1,0%); Comércio (0,8%);
Transporte, armazenagem e correio (0,6%) e Administração, defesa, saúde e
educação públicas e seguridade social (0,5%).
Na Indústria, houve alta de 1,3% nas Indústrias de
transformação. Por outro lado, caíram: Construção (-1,7%); Eletricidade e gás,
água, esgoto, atividades de gestão de resíduos (-1,4%) e Indústrias extrativas
(-0,3%).
Pela ótica da demanda, o investimento (Formação Bruta de
Capital Fixo) cresceu 2,1% em relação ao trimestre imediatamente anterior. Na
mesma comparação, a Despesa de Consumo das Famílias aumentou 1,5% e a do
Governo cresceu 0,8%.
No que se refere ao setor externo, houve queda nas
Exportações de Bens e Serviços (-0,6%) e alta nas Importações de Bens e
Serviços (1,0%) em relação ao segundo trimestre de 2024.
PIB cresce 4,0% frente ao mesmo período do ano
passado
Já na comparação com o mesmo trimestre de 2023, o PIB
cresceu 4,0%, 15ª alta consecutiva nesta base de comparação. A Agropecuária
registrou queda de 0,8% frente a igual período em 2023.
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA)
divulgado em novembro mostrou que alguns produtos, cujas safras são
significativas no terceiro trimestre, apresentaram queda na estimativa de
produção anual e perda de produtividade, como cana (-1,2%), milho (-11,9%) e
laranja (-14,9%). Esses recuos suplantaram o bom desemprenho de culturas como
algodão (14,5%), trigo (5,3%) e café (0,3%), que também possuem safras
relevantes no período.
Na Indústria, a alta foi de 3,6% frente ao terceiro
trimestre do ano passado. Destaque para Construção (5,7%), corroborado tanto
pela alta da ocupação como da produção dos insumos típicos dessa atividade. As
Indústrias de transformação (4,2%) obtiveram expansão, influenciadas,
principalmente, pela fabricação de veículos automotores; outros equipamentos de
transporte; móveis e produtos químicos.
Eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de
resíduos cresceu 3,7%, favorecida pelo maior consumo de eletricidade, apesar
das bandeiras tarifárias mais desfavoráveis. Houve queda apenas nas Indústrias
extrativas (-1,0%), devido à queda da extração de petróleo e gás.
Já o setor com maior peso no PIB, o de Serviços, avançou 4,1% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. Todas as suas atividades ficaram no campo positivo: Informação e comunicação (7,8%); outras atividades de serviços (6,4%); Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (5,1%); Comércio (3,9%); Atividades imobiliárias (3,1%); Transporte, armazenagem e correio (2,5%) e Administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (1,7%).