Se as condições econômicas continuarem ruins para o
controle da inflação, a taxa básica de juros pode subir mais dois pontos
percentuais até março, segundo o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco
Central. A ata da reunião de dezembro foi divulgada nesta terça-feira (17).
De acordo com o documento, o cenário para controlar a
inflação piorou. A economia, o mercado de trabalho e a concessão de créditos
mais aquecidos que o esperado, além da política fiscal expansionista, mantêm a
pressão sobre a inflação.
Sobre a política econômica do governo federal, o Copom
reafirmou que ela precisa ser previsível, possível e que evite fortes
oscilações na atividade.
A ata apontou ainda que o anúncio do pacote de corte de gastos, impactou as expectativas de inflação e de câmbio. O economista Cesar Bergo diz que o governo precisa ser mais coerente na comunicação. O professor Cesar lembra que juros altos inibem investimentos de empresas, mas não acredita num risco de recessão.
Já o economista José Luiz Oreiro diz que não vê motivo para a Selic estar em 12,25% ao ano. Para ele, existe risco porque juros muito altos podem deixar empresas e famílias sem conseguir pagar as dívidas. No exterior, a incerteza sobre os rumos da economia nos Estados Unidos reforçam as dúvidas sobre a inflação no Brasil, segundo o Copom.