Com nova rodada de leilões realizada nesta semana, a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) encerrou o ano com menos de 20% do
volume de arroz adquirido. O governo federal disponibilizou recursos para a
compra de até 500 mil toneladas do cereal nacional.
No entanto, nos 18 remates realizados neste mês, a
companhia não recebeu muitos interessados. Ainda não há previsão de que os
remates continuem em 2025.
A maior parte das negociações (63,75%) foi
realizada no Rio Grande do Sul. Outro Estado com destaque nas operações
foi o Mato Grosso, responsável por 31,54% dos lotes arrematados nos leilões.
Com R$ 1 bilhão, a medida do governo federal é voltada à
compra de arroz nacional e busca incentivar a produção do cereal no Estado,
maior produtor, e em outras regiões brasileiras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia sinalizado
essa vontade durante a polêmica envolvendo a importação do cereal em meio à
enchente no Estado. O objetivo seria reduzir a elevada dependência da produção
gaúcha, que hoje representa 70% da nacional.
No entanto, na avaliação da Federação das Associações de
Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o governo federal está atendendo
"a uma ínfima parcela de produtores, especialmente àqueles com logística
extremamente favorável".
A aquisição foi feita por meio do Contrato de Opção de
Venda, uma modalidade de seguro de preços que dá ao produtor rural ou à sua
cooperativa o direito (não a obrigação) de vender seu produto para o governo,
em uma data futura, a um preço previamente fixado.
A compra foi voltada aos Estados de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Tocantins. Os três primeiros serão destinados à agricultura familiar. Os demais, a todos os produtores rurais e cooperativas, inclusive agricultores familiares.