Na manhã desta quinta-feira (26), mergulhadores localizaram
mais dois corpos de vítimas do desabamento da ponte Juscelino Kubitschek
de Oliveira, que liga o Maranhão ao Tocantins. Com isso, o número de mortes
confirmadas chega a 8, enquanto 9 pessoas continuam desaparecidas. A informação
foi confirmada pela Marinha do Brasil durante uma coletiva de
imprensa.
Não há informações sobre a identidade das últimas duas
vítimas encontradas, pois os corpos ainda não foram retirados da água. Além de
localizar duas pessoas mortas, os mergulhadores também localizaram um caminhão,
que estava carregado de ácido sulfúrico, uma moto e uma caminhonete, que estão
submersos nas águas do Rio Tocantins.
A ponte, na BR-226, desabou na tarde do último domingo
(22).
Outras vítimas identificadas
Luto oficial de 3 dias
Na manhã
desta quinta, o governador do Maranhão Carlos Brandão divulgou, por meio das
redes sociais, que decretou luto oficial de três dias, por causa do desabamento
da ponte Juscelino Kubitscheck. O luto vai desta quinta até sábado (28).
"Decreto luto de três dias em todo o
Maranhão, desta quinta (26) até sábado (28), em razão do colapso da ponte
Juscelino Kubitscheck, que ceifou vidas e afetou tantas famílias. Minha
solidariedade aos que foram atingidos nessa tragédia. Reafirmo o nosso
compromisso, junto às demais autoridades, em trabalhar para que as vítimas
sejam resgatadas. Peço que Deus conforte o coração de todos!", declarou o
governador.
Tanques com substâncias químicas estão intactos
Os tanques dos três caminhões que caíram no Rio Tocantins,
após o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, transportando 76
toneladas de ácido sulfúrico e 22 mil litros de defensivos agrícolas, estão
intactos e o risco de vazamento e contaminação do meio ambiental é mínimo.
A informação foi confirmada nesta quinta-feira (26), pelo
supervisor de Emergência Ambiental da Secretaria de Estado do Meio Ambiente
(Sema), Caco Graça.
“O pior cenário seria se a carga tivesse sido expelida
durante a queda. Isso não aconteceu, os tanques estão intactos, a partir da
visão do sonar da Marinha e, também, das equipes técnicas (da Sema), que
identificaram isso”, afirmou o supervisor
Em entrevista à TV Mirante, Caco Graça informou que,
durante a retirada do material contaminante, é possível que uma quantidade
muito pequena de produtos químicos tenha contato com a água, mas não há
possibilidade de causar sérios riscos à vida humana e ao meio ambiente.
“Como já foi trazida a informação pela Agência Nacional de
Águas, se toda a carga que está ali tivesse vazada no rio, ainda assim ela não
daria prejuízo à vida humana em função da diluição. Lógico que no local, no
ambiente ali, no perímetro, você ia ter uma contaminação. E essa alteração de
pH e outros tipos de ações ia provocar a mortandade da biota local. Por isso,
que nós recomendamos que as pessoas não se aproximem do local, mesmo com
embarcações. Então, na retirada, poderá haver (vazamento), mas o risco de
contaminação e impacto ambiental ele é pequeno”, afirmou Caco Graça.
O supervisor de Emergência Ambiental explicou, ainda, que,
aós encerrar o período de buscas pelas vítimas, será aplicado um plano
específico para retirada do material contaminante.
“Muito provavelmente retirar o material pra depois retirar
os caminhões, retirar os veículos. Esse é um processo complexo, que requer
equipe técnica, que já está no local, são duas empresas. Toda essa articulação
da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, ela faz parte de um plano de
atendimento a emergências. Então nós temos que tomar muito cuidado com todas
essas ações que estão sendo desenvolvidas”.
Caco Graça destacou, ainda, que as pessoas evitem o contato
com embalagens nas imediações do Rio Tocantins e que, caso identifiquem algum
tipo de material ao longo do rio, principalmente das bombonas de vinte litros
com herbicidas, comuniquem as empresas que estão no posto de comando ou um
responsável pelo posto, para retirar esse material sem risco de contaminação a
ninguém.
O desabamento
O acidente aconteceu na ponte Juscelino Kubitschek de
Oliveira, entre os estados de Maranhão e Tocantins. Segundo autoridades, oito
veículos caíram no rio Tocantins, que passa sob a ponte.
A estrutura foi construída na década de 1960, tem 533
metros de extensão e liga as cidades de Estreito, no Maranhão, e Aguiarnópolis,
no Tocantins, pela BR-226.
Ela integra o corredor rodoviário Belém-Brasília. As más
condições da ponte vinham chamando a atenção de quem passava por lá. No sábado
(21), um morador postou um vídeo na internet denunciando a situação.
Causa do desabamento
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), do governo federal, o desabamento ocorreu porque o vão
central da ponte cedeu.
A causa do colapso ainda vai ser investigada, de acordo com
o órgão. A ponte foi completamente interditada, e os motoristas devem usar
rotas alternativas.
"Os usuários devem acessar a estrada que vai de
Darcinópolis/TO a Luzinópolis/TO, chegar na BR-230/TO e seguir até o km 101
(cidade de São Bento/TO). Em seguida pegar a direita, sentido Axixá/TO e
Imperatriz/MA.Maranhão: Os usuários devem acessar a BR-226/MA em Estreito/MA
até Porto Franco/MA. De Porto Franco/MA os usuários devem seguir pela BR-010/MA
até Imperatriz/MA", diz o DNIT, em nota.
Rachadura na ponte
Um vereador de Aguiarnópolis (TO) filmava rachaduras na ponte no momento em que a estrutura começou a ceder.