Publicado em 19/07/2024 às 08:04

Sobe para 26 o número de mortes por leptospirose após cheias no RS

Sobe para 26 o número de mortes por leptospirose após cheias no RS
Foto: Diego Vara/Reuters

Subiu para 26 o número de mortes por leptospirose após os temporais e cheias no Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira (19), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) confirmou mais um óbito em razão da doença, transmitida na água suja, contaminada pela urina de ratos.

De acordo com a SES, a vítima é uma mulher de 68 anos que residia em São Jerônimo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. O óbito aconteceu em 29 de maio de 2024.

Ela foi exposta às águas da inundação. Os sintomas iniciaram em 30 de abril: febre, mialgia, cefaleia, icterícia e alterações respiratórias. A primeira vítima de leptospirose após as cheias foi Eldo Gross, um homem de 67 anos, morador de Travesseiro, no Vale do Taquari.

Leptospirose no RS

A Secretaria da Saúde recebeu 6,2 mil notificações de casos de leptospirose, dos quais 525 foram confirmados.

Os exames que confirmam ou não os casos de leptospirose são feitos pelo Laboratório Central (Lacen) do RS. Os especialistas dispõem de dois diagnósticos: o de biologia molecular (RT-PCR), para casos suspeitos nos primeiros sete dias de sintomas, e o diagnóstico sorológico, que detecta o anticorpo produzido pelo organismo do paciente após sete dias de sintomas.

Em 29 de abril, um período de chuvas intensas teve início na Região dos Vales. Nos dias que seguiram, as enchentes e os transtornos atingiram a Região Metropolitana, Vale do Taquari e Sul do estado. Ao todo, 179 pessoas morreram e 2,3 milhões foram afetadas no RS.

A doença

leptospirose é uma doença infecciosa causada pela Leptospira interrogans. Ela é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados, principalmente roedores. Em situações de enchentes e inundações, a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama das enchentes. Qualquer pessoa que tiver contato com a água das chuvas ou lama contaminadas pode se infectar.

A bactéria presente na água penetra o corpo humano pela pele ou mucosa. Bovinos, suínos e cães também podem adoecer e transmitir a leptospirose aos humanos.Embora, na maioria das vezes, a leptospirose seja assintomática, o quadro da doença pode evoluir e causar falência de órgãos. Segundo o Ministério da Saúde, a doença apresenta uma letalidade média de 9%.

Como é o tratamento

O tratamento da doença é feito com o uso de antibióticos, devendo ser iniciado no momento da suspeita por parte de um profissional de saúde. Para os casos leves, o atendimento é ambulatorial. Por outro lado, nos casos graves, a hospitalização deve ser imediata para evitar complicações e diminuir a letalidade. A automedicação não é indicada.

Ao suspeitar da doença, a recomendação é procurar um serviço de saúde e relatar o contato com exposição de risco. O uso do antibiótico, conforme orientação médica, está indicado em qualquer período da doença, mas a eficácia costuma ser maior na primeira semana do início dos sintomas.

Como o desinfeccionar o ambiente

Nos locais que tenham sido invadidos por água de chuva, recomenda-se fazer a desinfecção do ambiente com água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%), na proporção de um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água.

Outras medidas de prevenção são:

manter os alimentos guardados em recipientes bem fechados;

manter a cozinha limpa sem restos de alimentos;

retirar as sobras de alimentos ou ração de animais domésticos antes do anoitecer;

manter o terreno limpo e evitar entulhos e acúmulo de objetos nos quintais.

As medidas acima ajudam a evitar a presença de roedores. Além disso, a luz solar também ajuda a matar a bactéria que provoca a leptospirose.



Fonte: G1 RS

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