O mês de agosto será marcado por ampla variação na
temperatura na maioria das regiões do RS, com dias de
frio, que pode ser intenso em alguns períodos. Parte do
leste do Estado deve apresentar chuva acima da média durante os próximos 31
dias. Já municípios do oeste do Rio Grande do
Sul podem registrar chuva abaixo da média.
A primeira semana do mês começa com tempo seco e
temperatura acima da média. Na quinta-feira
(1º), os termômetros podem marcar 31ºC em algumas cidades gaúchas, como em
Uruguaiana, na Fronteira Oeste, e 29ºC em Bagé, na Campanha. Em
Porto Alegre, a máxima deverá ser de 26ºC, segundo o Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet). Na sexta-feira (2), as
máximas poderão ser de 33ºC em Itaqui, na Fronteira Oeste. No sábado (3), a
Capital pode registrar 30ºC. Há possibilidade de chuva
isolada em algumas cidades gaúchas.
— Podemos vir uma
frente fria mais fortinha entrando no Estado entre o dia 10 e o dia 12 de
agosto. Então temos uma elevação gradual da
temperatura nos próximos dias e, depois, vai ter uma quebra com a
entrada dessa frente fria, deixando a temperatura mais gelada — prevê Guilherme Borges, meteorologista da
Climatempo.
O especialista garante que a
maior parte do Estado deverá registrar temperatura um pouco abaixo
da média durante o mês. Isso significa que as
mínimas podem ficar entre 1ºC ou 2ºC abaixo do habitual. Em Porto Alegre, dados
do Inmet mostram que a temperatura mínima média para o mês é de 11,6ºC. Já em
Bento Gonçalves, na Serra, essa média é de 9,1ºC.
Por outro lado, municípios da Fronteira
Oeste, Missões, Noroeste e parte do Norte terão temperatura dentro do esperado
para agosto. Em São Luiz Gonzaga, na Fronteira Oeste, a temperatura mínima
média para o mês é de 12,2ºC.
Borges não descarta a possibilidade de o Rio Grande do
Sul registrar novos episódios de temperatura negativa ou próxima de zero. Porém, assim como em julho, o calor também deverá
compor alguns dias do mês de agosto. Para Júlio Marques, meteorologista do
Centro de Pesquisas e Previsões Meteorológicas da Universidade Federal de
Pelotas (CPPMet/UFPel), períodos em que temperatura estará acima da
média serão comuns.
— A primeira quinzena deve começar com dias
bastante quentes, mas depois ameniza um pouco. Na
segunda quinzena, possivelmente, podemos ter uma onda de calor um pouco mais
intensa — acrescenta.
Chuva
Durante o mês, as frentes
frias devem passar com mais frequência pelo Estado,
causando chuva em muitas regiões. Municípios da Fronteira Oeste, Missões e
Noroeste deverão ter chuva um pouco abaixo da média em agosto. Ou seja, entre
30 e 50 milímetros a menos que o habitual. Em
Uruguaiana, na Fronteira Oeste, costuma chover 62,6 milímetros em agosto,
segundo dados do Inmet.
Já as cidades localizadas na
Campanha, no Centro e em parte do Norte devem registrar chuva dentro da
normalidade. Em Santa Maria, no Centro, a média
de chuva para o mês de agosto é 114,4 milímetros.
O Sul, Região Metropolitana, parte da Região dos Vales,
parte do Norte, a Serra e o Litoral apresentarão chuva um pouco acima da média. Isso significa que os municípios dessas regiões poderão
registrar valores entre 30 e 50 milímetros superiores do que o habitual. Em
Caxias do Sul, na Serra, costuma chover 140 milímetros em agosto. Na
Capital, a média de chuva é de 120,1 milímetros. Já
em Santa Vitória do Palmar, no Sul, o comum para o período é 108,2 milímetros.
— A característica é que, possivelmente, sejam
aquelas chuvas de mais intensidade em curto tempo, principalmente para a metade
norte do Estado. Aqui, na Metade Sul, as frentes
frias passam muito rápido. Mas o padrão para agosto é mais
intensidade. Deve chover forte em determinado
dia e no outro já melhorar. A tendência é de que chova mais do que
em julho — resume Marques.
O meteorologista
da Climatempo garante que, na primeira quinzena, não
deverão ter episódios de chuva extrema como o que foi visto em maio. Para o resto do mês, é difícil ter certeza, pela
antecedência, mas Borges acredita que as chances são baixas:
— Agora
fica mais difícil porque não temos mais um
contraste tão significativo entre uma massa muito quente lá da Região Central e
uma massa muito fria. Embora tenha massas quentes lá, elas não têm a mesma
força das massas de ar quente do verão ou do que vimos em maio, no nosso
outono. O choque de temperatura continua existindo, mas não é tão
potente.
La
Niña
O fenômeno climático La Niña, que tem efeitos climáticos opostos ao El Niño, deve chegar na primavera, em setembro. Os especialistas garantem que agora, durante o período de transição entre os dois fenômenos, é possível notar algumas características do La Niña, como a diminuição no ritmo da chuva.