O
Banco Central informou nesta quinta-feira (7) que ainda existem nas
instituições financeiras R$ 8,53 bilhões em "recursos esquecidos"
pelos clientes.
O sistema do BC permite consultar se pessoas físicas (inclusive falecidas) e empresas deixaram valores para trás em bancos, consórcios ou outras instituições. O prazo oficial para buscar os recursos acabou em 16 de outubro. Com isso, os valores foram remetidos ao Tesouro Nacional.
Prazo para contestar
Mas,
em nota enviada ao g1, o Ministério da Fazenda explicou
que, além dos 30 dias para resgate após publicação da lei, os clientes tem outros 30 dias para contestar o recolhimento dos
recursos pelo Tesouro, a contar da data de publicação de
edital pela pasta.
"Apenas
após o término desse segundo prazo, e caso não haja manifestação daqueles que
tenham direito sobre os depósitos, os valores serão incorporados ao Tesouro
Nacional", disse o Ministério.
A
Fazenda também reforçou que, ainda assim, os interessados terão um prazo de
seis meses para requerer judicialmente o reconhecimento de seu direito aos
depósitos.
"Logo,
não há que se falar em confisco", afirmou.
Caso
não haja contestação do recolhimento, os valores serão, então,
incorporados de forma definitiva como receita orçamentária primária,
continuou a pasta, destacando que os recursos serão considerados para fins de
verificação do cumprimento da meta de resultado primário.
Ainda
segundo o Ministério da Fazenda, a medida encontra precedentes no sistema
jurídico brasileiro.
Como consultar o dinheiro esquecido
O
único site no qual é possível fazer a consulta e saber como solicitar a
devolução dos valores para pessoas jurídicas ou físicas, incluindo falecidas, é
o https://valoresareceber.bcb.gov.br.
Via
sistema do Banco Central, os valores só serão liberados para aqueles que
fornecerem uma chave PIX para a devolução.
Caso
não tenha uma chave cadastrada, é preciso entrar em contato com a instituição
para combinar a forma de recebimento. Outra opção é criar uma chave e retornar
ao sistema para fazer a solicitação.
No
caso de valores a receber de pessoas falecidas, é preciso ser herdeiro,
testamentário, inventariante ou representante legal para consultá-los. Também é
necessário preencher um termo de responsabilidade.
Após
a consulta, é preciso entrar em contato com as instituições nas quais há
valores a receber e verificar os procedimentos.
Dicas para não cair em golpes
A
primeira dica do Banco Central para não cair em golpes é não clicar em links suspeitos enviados por e-mail, SMS, WhatsApp
ou Telegram.
A
instituição informa que não envia links, nem entra em
contato com ninguém para tratar sobre valores a receber ou para
confirmar dados pessoais.
"Somente
a instituição que aparece na consulta aos valores a receber que pode contatar
seu cliente, principalmente no caso de pedido de resgate de valores sem indicar
uma chave PIX. Mas ela nunca irá pedir os dados pessoais ou
sua senha", diz o BC.
Além
disso, a instituição orienta a não fazer qualquer tipo de
pagamento para ter acesso aos valores. Também reforça que não existe a opção de receber
algum valor pelo uso de cartões de crédito.