Por 40 votos favoráveis e três votos contrários, a Assembleia
Legislativa do RS aprovou, ontem (3), o salário mínimo regional. Com a decisão,
que deve ser analisada para sanção ou veto do Executivo, autor da proposta,
o menor valor de remuneração formal no Estado passa de R$ 1.573,89 para R$
1.656,51, significando um reajuste de 5,25%.
Durante a sessão, deputados ocuparam a tribuna para
defender diferentes posicionamentos. Emendas que propunham elevação do
percentual estipulado no texto do governador Eduardo Leite e antecipação da
database foram apresentadas, mas não prosperaram.
— Saudamos a iniciativa do governador de enviar a proposta.
Esta política é uma conquista dos trabalhadores. Nossa bancada propõe emenda
para que o percentual seja de 9% pagos a partir de dezembro, pois é um mês
importante para as famílias e a reposição da inflação é minimamente justa —
apontou o deputado Miguel Rossetto (PT).
Em manifestação contrária, o deputado Felipe Camozzato
(NOVO) sustentou que a perda do poder de compra do salário se deve à inflação e
disse, segundo sua visão, que não adianta elevar a remuneração dos
trabalhadores sem outras ações governamentais.
— Por que não votamos um piso de R$ 5 mil ou de R$ 10 mil?
Não sejamos mesquinhos, de R$ 20 mil, então? Não irá resolver se o governo
continuar a emitir moeda e alimentar a inflação — considerou.
Após breve período de discussão, requerimentos de
preferência foram debatidos. Houve decisão favorável a uma emenda, protocolada
pelo deputado Guilherme Pasin (PP), definindo que os reajustes terão
vigência a partir da publicação da lei, isso é, sem retroatividade a
partir da database, que é 1º de maio.
Ao final da votação, o painel do plenário teve pane,
não sendo possível identificar a autoria dos votos. Após a sessão, a Mesa
Diretora da Assembleia publicou os votos no site da Casa.
Quem votou a favor
Adão Pretto Filho (PT)
Jeferson Fernandes (PT)
Laura Sito (PT)
Leonel Radde (PT)
Miguel Rossetto (PT)
Pepe Vargas (PT)
Sofia Cavedon (PT)
Stela Farias (PT)
Valdeci Oliveira (PT)
Frederico Antunes (PP)
Joel Wilhelm (PP)
Marcus Vinícius (PP)
Professor Issur Koch (PP)
Carlos Búrigo (MDB)
Edivilson Brum (MDB)
Rafael Braga (MDB)
Delegado Zucco (REPUBLICANOS)
Eliana Bayer (REPUBLICANOS)
Gustavo Victorino (REPUBLICANOS)
Sergio Peres (REPUBLICANOS)
Delegada Nadine (PSDB)
Kaká D´Ávila (PSDB)
Neri, o Carteiro (PSDB)
Pedro Pereira (PSDB)
Professor Bonatto (PSDB)
Cláudio Tatsch (PL)
Kelly Moraes (PL)
Airton Artus (PDT)
Eduardo Loureiro (PDT)
Luiz Marenco (PDT)
Aloísio Classmann (UNIÃO)
Dirceu Franciscon (UNIÃO)
Dr. Thiago Duarte (UNIÃO)
Luciana Genro (PSOL)
Matheus Gomes (PSOL)
Airton Lima (PODE)
Dimas Costa (PSD)
Elton Weber (PSB)
Elizandro Sabino (PRD)
Bruna Rodrigues (PCdoB)
Quem votou contra
Guilherme Pasin (PP)
Rodrigo Lorenzoni (PL)
Felipe Camozzato (NOVO)
Novos valores por faixas de categorias
Faixa I - R$ 1.656,51
Na agricultura e na pecuária; nas indústrias extrativas; em
empresas de capturação do pescado (pesqueira); empregados domésticos; em
turismo e hospitalidade; nas indústrias da construção civil; nas indústrias de
instrumentos musicais e de brinquedos; em estabelecimentos hípicos; empregados
motociclistas no transporte de documentos e de pequenos volumes -
"motoboy”; empregados em garagens e estacionamentos.
Faixa II - R$ 1.694,66
Nas indústrias do vestuário e do calçado; nas indústrias de
fiação e de tecelagem; nas indústrias de artefatos de couro; nas indústrias do
papel, papelão e cortiça; em empresas distribuidoras e vendedoras de jornais e
revistas e empregados em bancas, vendedores ambulantes de jornais e revistas;
empregados da administração das empresas proprietárias de jornais e revistas;
empregados em estabelecimentos de serviços de saúde; empregados em serviços de
asseio, conservação e limpeza; nas empresas de telecomunicações, teleoperador
(call centers), “telemarketing”, “call-centers”, operadores de “voip” (voz
sobre identificação e protocolo), TV a cabo e similares; empregados em hotéis,
restaurantes, bares e similares.
Faixa III - R$ 1.733,10
Nas indústrias do mobiliário; nas indústrias químicas e
farmacêuticas; nas indústrias cinematográficas; nas indústrias da alimentação;
empregados no comércio em geral; empregados de agentes autônomos do comércio;
empregados em exibidoras e distribuidoras cinematográficas; movimentadores de
mercadorias em geral; no comércio armazenador; auxiliares de administração de
armazéns gerais.
Faixa IV - R$ 1.801,55
Nas indústrias metalúrgicas, mecânicas e de material
elétrico; nas indústrias gráficas; nas indústrias de vidros, cristais,
espelhos, cerâmica de louça e porcelana; nas indústrias de artefatos de
borracha; em empresas de seguros privados e capitalização e de agentes
autônomos de seguros privados e de crédito; em edifícios e condomínios
residenciais, comerciais e similares; nas indústrias de joalheria e lapidação
de pedras preciosas; auxiliares em administração escolar (empregados de
estabelecimentos de ensino); empregados em entidades culturais, recreativas, de
assistência social, de orientação e formação profissional; marinheiros fluviais
de convés, marinheiros fluviais de máquinas, cozinheiros fluviais, taifeiros
fluviais, empregados em escritórios de agências de navegação, empregados em
terminais de contêineres e mestres e encarregados em estaleiros; vigilantes;
marítimos do 1º grupo de aquaviários que laboram nas seções de convés,
máquinas, câmara e saúde, em todos os níveis (I, II, III, IV, V, VI, VII e superiores).
Faixa V - R$ 2.099,27
Para os trabalhadores técnicos de nível médio, tanto em
cursos integrados, quanto subsequentes ou concomitantes.