Na última sexta-feira útil de 2024, o projeto Remar para o
Futuro recebeu a informação de que não terá acesso ao R$ 600 mil prometidos
pelo Ministério do Esporte em outubro deste ano. Nove pessoas da iniciativa de
Pelotas morreram após um acidente no interior do Paraná no mesmo mês.
O aporte havia sido combinado depois de uma reunião no fim
de outubro entre o ministro da pasta, André Fufuca, o deputado Alexandre
Lindenmeyer (PT) e a reitora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel),
Isabela Andrade.
Conforme o ministério, o dinheiro que seria destinado para
o Remar para o Futuro pertencia a outra entidade que, momentaneamente, não
cumpria com os requisitos necessários. A pasta foi procurada por Zero
Hora, mas não retornou aos contatos da reportagem.
"Fui informado que o recurso que seria repassado para
esse TED era de outra entidade que não estava respondendo às diligências e o
recurso seria retirado e transferido para vocês, porém, a entidade começou a
responder às diligências e no momento não tem outro recurso disponível para
empenhar", escreveu o técnico do Ministério do Esporte destacado para o
assunto.
Em contato com Zero Hora, Fabrício Boscolo, coordenador do
projeto, se mostrou contrariado com a decisão do órgão federal.
— O Projeto Remar para o Futuro se sente profundamente
desrespeitado, porque quando aquele duro golpe que sofremos foi nos dados, a
certeza de apoio irrestrito do governo federal, do governo estadual e do
governo municipal em diferentes perspectivas. Agora, no final de 2024, o
governo federal foge da sua responsabilidade previamente assumida.
Conforme matéria publicada na data que marcou os dois meses
do acidente, a sede do projeto carece de melhorias. Uma rampa, utilizada para
transportar os barcos até a água, foi danificada após um temporal e está
interditada. O galpão, onde os equipamentos são armazenados, apresenta
problemas no telhado. Além disso, a embarcação de apoio usada nos treinamentos
também está com problemas.
— Isso impacta diretamente a existência e a realização do
Remar para o Futuro, porque é um projeto que necessita de auxílios para que ele
possa ser reconstruído e mantido, atendendo jovens da cidade de Pelotas,
mudando vida dessas pessoas através do esporte e, principalmente, do ponto de
vista do esporte, representando o Brasil em competições internacionais —
concluiu Boscolo.
Os organizadores ainda decidem se a equipe vai participar
de competições em 2025. Além dos motivos financeiros e logísticos, o fator
psicológico dos atletas também é avaliado.
Projeto busca novos talentos
O projeto, que completa 10 anos em 2025, está em busca de
novos talentos, com 15 vagas em aberto. As vagas deverão ser preenchidas por
estudantes da rede municipal de ensino da cidade. Para ingressar, os jovens
devem ter entre 13 e 14 anos em 2025.
Além disso, os meninos de 13 anos devem ter altura de no
máximo 1m70cm e as meninas, 1m68cm. Já os que terão 14 anos no próximo ano
devem ter, no caso dos meninos, 1m75cm no máximo e, das meninas, 1m74cm.
Ao todo, 35 estudantes foram pré-selecionados, por meio de
avaliações antropométricas (envergadura e massa corporal) e físicas
(resistência, força, velocidade e flexibilidade), mas quem não foi selecionado
e se enquadra nos parâmetros e tiver interesse pode entrar em contato pelas
redes sociais do projeto.