Quem imaginou que voltar ao Beira-Rio faria
os problemas do Inter desaparecerem em um estalo de dedos cometeu um erro tolo. Ainda
que tenha se revigorado ao retornar para casa, o time de Eduardo Coudet
apresentou armas insuficientes para vencer o Vasco no
domingo (7). Pelo contrário. Saiu da 15º rodada do Brasileirão
derrotado por 2 a 1 sob vaias e xingamentos ao técnico argentino. E ficou um
ponto mais longe do G-6: agora está a quatro do Cruzeiro, sexto colocado e
último time na zona de classificação à Libertadores.
O começo da noite parecia que teria desfecho
diferente, com a alegria de voltar ao estádio após 70
dias e cinco partidas como mandante em outros pagos. Das mais de 600 pessoas
que trabalharam para deixar o Beira-Rio em condições de abraçar os colorados,
114 foram homenageados pelo clube antes da partida.
O ato simbólico levou o presidente Alessandro Barcellos
às lágrimas. No fim, a única emoção que aflorou foi a irritação
dos torcedores pelo estacionamento nos 19 pontos na classificação. Após o segundo gol dos cariocas, alguns torcedores
irritados deixaram o estádio e não viram o gol de Bustos. São quatro partidas
sem vitória, e na quarta tem a partida de ida da terceira fase da Copa do
Brasil contra o Juventude.
O goleiro do
Inter Fabrício foi usar as mãos quando o jogo tinha 28 minutos. O chute de fora
da área não requereu esforço para ser defendido. A
jogada exemplifica a superioridade colorada na primeira metade de jogo. Com Bustos na lateral direita, Igor Gomes na zaga, Bruno
Gomes e Hyoran no meio, o Inter atuou em rotação acima das partidas mais
recentes.
Quando o isolado arremate vascaíno foi
disparado, o time de Eduardo Coudet tinha quase tudo. Tinha marcação adiantada. Tinha
roubada de bola no campo adversário. Tinha verticalidade. Tinha lances de
perigo. Só não tinha gol.
Com sete jogadores marcando a saída de jogo
do Vasco, os donos da casa conseguiram recuperar, ao menos, seis vezes a bola
nas redondezas da área adversária. Pelo lado direito, Bustos
jogava espetado e por ali saíram os lances de maior perigo.
Foi do lateral argentino o primeiro lance de
perigo. Após passe de Alan Patrick, aos 5min, Bustos chutou cruzado com perigo.
A equipe gaúcha teve um punhado de lances perigosos nos minutos seguintes. Na
melhor delas, Lucca Drummond cruzou e Alan Patrick bateu rente à trave. Léo
Jardim se esticou para movimentar o placar.
A falta de maior efetividade exasperava
Coudet ao lado do gramado. Tanto que aos 37 Wesley e Wanderson foram para o
aquecimento.
Aos 39 minutos, Renê
dividiu no alto com o vascaíno Rojas e levou a pior. Caiu mole no chão e deixou
o Beira-Rio de ambulância. A gravidade do lance
amornou o ímpeto colorado até que os dois times fossem ao vestiário.
Vasco
decide o jogo no segundo tempo
De lá, o Inter
voltou com Wesley e Wanderson nos lugares nos lugares de Bruno Henrique e Lucca
Drummond. As mudanças até resultaram em um par
de boas chances, com Alan Patrick e depois, com Hyoran. Mas
abandonou-se a ideia de jogar sem um centroavante aos 15min do segundo tempo.
Com a bola dominada, Robert Renan escorreu. Adson
a roubou, superou Fernando, invadiu a área e acertou o canto de Fabrício. O 1 a
0 fez o Beira-Rio diminuir o volume, subido só quando algum desafeto da torcida
aparecia. Alario entrou no lugar do vaiado Hyoran.
O lance que lesionou Renê
esteve intimamente ligado com o placar do jogo. Seu substituto, Robert Renan,
falhou na abertura do placar. Lyncon entrou no lugar de Rojas. Foi do
zagueiro o segundo gol do Vasco, aos 26 minutos. Após cobrança de escanteio,
Fabrício parou a primeira cabeçada, mas nada pôde fazer na segunda: 2 a 0.
Bustos, aos 34 minutos, ainda conseguiu descontar para
uma última celebração da noite e que o Inter voltou ao Beira-Rio. Insuficiente
para que os mais de 30 mil presentes fossem para casa felizes. A
manifestação final foi de vaia quando a partida terminou.