Publicado em 15/07/2024 às 13:59

Casos de dengue no inverno de 2024 já supera total registrado no mesmo período de 2023 no RS

Casos de dengue no inverno de 2024 já supera total registrado no mesmo período de 2023 no RS
Foto: witsawat / stock.adobe.com

Ao longo das últimas quatro semanas epidemiológicas (de domingo a sábado), o Rio Grande do Sul registrou 2.493 casos de dengue. O número supera o total de pacientes confirmados com a doença durante todas as semanas epidemiológicas do inverno de 2023, que foi de 2.194. E ainda faltam 10 semanas para o fim da estação.

Cenário atípico

Por conta das baixas temperaturas, o inverno é o período em que os casos de dengue diminuem. Isso porque os ovos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, precisam de uma temperatura mais elevada para eclodirem. A situação alarmante, que já vinha sendo registrada em 2024, somada a eventos climáticos, como a enchente de maio, que foi seguida por dias quentes, favoreceu o cenário para que a dengue ainda esteja bem presente nesse período.

— O que a gente sempre teve de padrão aqui no RS foi que o inverno, sendo muito rigoroso, diminuía muito a população de mosquitos e acabava com os casos. Mas tivemos a ocorrência da enchente e dias de muito calor, depois de toda aquela água. Isso, certamente, favoreceu para a doença ficar mais tempo circulando. Precisamos ter um número de dias com muito frio para morrerem os mosquitos — explica a médica infectologista Caroline Deutschendorf, chefe da Coordenadoria de Controle de Infecção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.

O dia que marca o início do inverno, 21 de junho, tende a estar dentro da 25ª semana epidemiológica, sistema utilizado para monitorar a dengue e outras doenças. Nesse período, em 2023, foram confirmados 467 casos da doença, o maior até então registrado para a 25ª semana epidemiológica no RS. Em 2024, esse número mais do que triplicou e saltou para 1.470 novos pacientes com dengue.

Com o avançar do inverno e a diminuição das temperaturas, o número de casos até tem caído, mas não acabou. Da 25ª para a 26ª semana epidemiológica, a quantidade de novos pacientes com a doença caiu quase pela metade, saindo de 1.470 para 778. Essa queda, paralela à presença contínua da doença, é perceptível nos hospitais.

— O que a gente tem visto é que não sumiram os casos, mas agora, com o frio que se manteve por mais tempo, eles diminuíram. Ainda assim, diferente de outros anos, temos tido uma frequência de casos que não acontecia — informa Caroline.

Conforme a infectologista, a doença é registrada em pacientes de diferentes faixas etárias, de crianças a idosos. Por isso, ela recomenda que todos fiquem atentos ao calendário de vacinação contra a dengue e se imunizem assim que a vacina for liberada.


Fonte: GZH

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