A soberania digital tornou-se um dos maiores desafios geopolíticos
do século. Em um mundo cada vez mais interconectado e tecnológico, a disputa
por controle sobre dados, algoritmos e infraestruturas digitais ganhou
proporções estratégicas, com profundas implicações na política, economia e
segurança global.
A disputa entre os Estados Unidos e a China no campo da soberania
digital expressa uma luta pelo controle de tecnologias, dados e infraestrutura
digital. Os EUA buscam manter sua liderança tecnológica e garantir a segurança
de suas redes, enquanto a China busca fortalecer sua independência digital e
promover seu modelo de governança cibernética. Ambos impõem restrições a
empresas estrangeiras, focando na proteção de dados e no controle das
informações.
Embora o Brasil seja um grande mercado consumidor digital, com uma
vasta base de dados, enfrenta desafios significativos para proteger sua
soberania digital. A falta de regulação robusta, aliada à dependência de
tecnologias estrangeiras, coloca o país em posição vulnerável diante das
grandes potências.
O Brasil, urgentemente, precisa considerar o avanço da
inteligência artificial, que promete transformar setores industriais e serviços
públicos. A IA pode melhorar a eficiência, mas também traz questões éticas,
como privacidade, transparência e viés nos algoritmos, que, por sinal, podem
estremer o cenário democrático.
O país deve investir em educação e inovação tecnológica para ser
não apenas consumidor, mas também produtor de tecnologia, criando soluções que
atendam suas necessidades sociais e econômicas.
A soberania digital do Brasil depende de sua capacidade de inovar,
regular plataformas digitais e garantir que seus dados e infraestruturas
tecnológicas não se tornem um campo de disputa global.
A soberania digital é um desafio, mas também uma oportunidade para
países como o Brasil. Com visão estratégica, o país pode se tornar um
protagonista no novo mundo tecnológico, não apenas um participante passivo,
quase analógico.