Publicado em 02/08/2024 às 14:17

As lágrimas de Daiane

O esporte representa muita coisa em nossas vidas, e tantas outras na singularidade de cada atleta. As Olimpíadas, então, sempre aparecem como um momento oportuno para conhecer histórias.

Em 2024, pode-se dizer, tudo começou com a esplendorosa abertura. Paris tornou-se palco outra vez do “liberté, égalité, fraternité” escrito pela burguesia liberal no distante ano de 1789, quando houve a derrota do absolutismo e o início da universalização dos direitos sociais e liberdades individuais.

Os franceses, agora, também firmaram um compromisso com a diversidade, reconhecendo que povos e sujeitos diversos podem conviver harmonicamente ainda que possuam diferenças de qualquer natureza.

A busca pelo recorde sempre está presente nas Olimpíadas. Os atletas preparam-se por anos para superarem limites físicos e emocionais, alguns, por certo, escreverão seus nomes na galeria dos heróis do esporte mundial.

Há, porém, outras histórias de superação que vêm à tona em cada corrida, luta ou arremesso. Elas contam a vida de atletas que conseguiram driblar o próprio destino.

Alguns, especialmente quando oriundos de lugares empobrecidos, fizeram do esporte a porta de saída para os infortúnios da desigualdade social. Antes de subir no tatame, outras lutas foram vencidas por cidadãos que eram desconhecidos nos seus países.

A conquista da medalha é resultado de um processo histórico de várias gerações. A ginástica artística brasileira, por exemplo, que pela primeira vez subiu ao pódio, ganhando o bronze, passa pela dedicação de tantas ginastas do passado.

Antes de Rebeca Andrade, nos emocionamos com o

Daiane dos Santos, primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha em campeonato mundial.

O duplo twist carpado foi incorporado à cultura popular. Nos botecos, lá estava a expressão que representava algo mirabolante na vida do brasileiro comum.

Daiane chorou, e chorou copiosamente durante a transmissão da Globo. As lágrimas expressavam não apenas a vitória olímpica, diziam muito sobre um Brasil que às vezes não escolhe muito bem os seus heróis e mitos.



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