Publicado em 09/08/2024 às 09:08

Ciclo Olímpico

Em Seul (1988), o Brasil ganhou apenas uma medalha de ouro. O judoca Aurélio Miguel foi o herói olímpico brasileiro, quando o país ganhou apenas 6 medalhas.

Depois, em Barcelona (1992), o judô e o vôlei trouxeram dois ouros, num total de três medalhas. O Brasil ficou na 25ª posição no ranking. Já em Atlanta (1996), três ouros.

No novo século, em Sidney (2000), o ouro não brilhou para o Brasil. De volta à Grécia, em Atenas (2004), conquistamos cinco medalhas de ouro. Pequim (2008) deu-nos três ouros. Em Londres, três ouros, em um total de dezessete medalhas.

No Rio de Janeiro (2016), no ápice de um ciclo olímpico pensado para o Brasil fazer bonito na sua própria casa, 19 medalhas, sendo sete ouros, e a 13ª posição. Em Tóquio, a nossa melhor atuação, 21 medalhas, sete ouros, e a 12ª posição.

Os dados acima permitem dizer que, principalmente entre os anos de 2004 e 2020, houve uma política esportiva pensada para a obtenção de bons resultados dentro e fora das quadras, como fazem EUA e China.

A Coréia do Sul é um bom caso para ilustrar o quanto a análise do quadro de medalhas também diz respeito à busca de espaços na economia global. Os coreanos, que vendem muito bem o K-pop, sabem o valor do esporte nas disputas culturais.

Os chineses, sem dúvida, conhecem a importância dos atletas de alto rendimento para o comércio dos seus produtos. Como nos tempos de Guerra Fria, a China, para além da economia, busca também a hegemonia no esporte.

Salvo por um milagre nos últimos dias, haverá um retrocesso do Brasil em Paris, e o resultado exigirá um diagnóstico sobre as políticas públicas na seara do esporte.

É preciso discutir não apenas a preparação de grandes atletas olímpicos, mas sobretudo o rumo do esporte para jovens periféricos que necessitam dos valores inerentes ao esporte.

Educar para o esporte é uma opção fundamental para meninos e meninas em situação de vulnerabilidade. A medalha é uma das consequências das políticas públicas que buscam superar a desigualdade social pelas veredas do esporte.



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