Em Seul (1988), o Brasil
ganhou apenas uma medalha de ouro. O judoca Aurélio Miguel foi o herói olímpico
brasileiro, quando o país ganhou apenas 6 medalhas.
Depois, em Barcelona (1992),
o judô e o vôlei trouxeram dois ouros, num total de três medalhas. O Brasil
ficou na 25ª posição no ranking. Já em Atlanta (1996), três ouros.
No novo século, em Sidney
(2000), o ouro não brilhou para o Brasil. De volta à Grécia, em Atenas (2004),
conquistamos cinco medalhas de ouro. Pequim (2008) deu-nos três ouros. Em
Londres, três ouros, em um total de dezessete medalhas.
No Rio de Janeiro (2016), no
ápice de um ciclo olímpico pensado para o Brasil fazer bonito na sua própria
casa, 19 medalhas, sendo sete ouros, e a 13ª posição. Em Tóquio, a nossa melhor
atuação, 21 medalhas, sete ouros, e a 12ª posição.
Os dados acima permitem dizer
que, principalmente entre os anos de 2004 e 2020, houve uma política esportiva
pensada para a obtenção de bons resultados dentro e fora das quadras, como
fazem EUA e China.
A Coréia do Sul é um bom caso
para ilustrar o quanto a análise do quadro de medalhas também diz respeito à
busca de espaços na economia global. Os coreanos, que vendem muito bem o K-pop,
sabem o valor do esporte nas disputas culturais.
Os chineses, sem dúvida,
conhecem a importância dos atletas de alto rendimento para o comércio dos seus
produtos. Como nos tempos de Guerra Fria, a China, para além da economia, busca
também a hegemonia no esporte.
Salvo por um milagre nos
últimos dias, haverá um retrocesso do Brasil em Paris, e o resultado exigirá um
diagnóstico sobre as políticas públicas na seara do esporte.
É preciso discutir não apenas
a preparação de grandes atletas olímpicos, mas sobretudo o rumo do esporte para
jovens periféricos que necessitam dos valores inerentes ao esporte.
Educar para o esporte é uma
opção fundamental para meninos e meninas em situação de vulnerabilidade. A
medalha é uma das consequências das políticas públicas que buscam superar a
desigualdade social pelas veredas do esporte.