Publicado em 30/08/2024 às 10:04

Nívio diz que busca oportunidade de mostrar que pode fazer diferente

Nívio diz que busca oportunidade de mostrar que pode fazer diferente
Foto: Letícia Anchieta/Rádio Santo Ângelo

O candidato da coligação União por Santo Ângelo, Nívio Braz, encerrou a série de entrevistas com os candidatos a prefeito de Santo Ângelo promovida pela Rádio Santo Ângelo. Ele é do PL e tem como vice Carlos Gonçalves, do PP, na coligação que ainda tem MDB e Podemos.

Policial federal aposentado, Nívio concorreu a prefeito em 2020 e a deputado estadual em 2022 e diz que quer assumir o Executivo por estar a vida toda em Santo Ângelo e pensa estar na hora de retribuir tudo o que conquistou. “Vejo que a população de Santo Ângelo perdeu o básico que é o pertencimento, com muito desânimo, com ideia de que não tem futuro aqui, que os filhos vão embora. Temos que fazer o que não foi feito nos últimos 30 anos, incentivar os pequenos e médios empreendedores e apoiando, também, as grandes empresas. E buscar coisa nova, com parque industrial novo, uma perimetral que desafogue o antigo parque industrial, mostrar que vale a pena investir aqui”.

Ele observa que busca uma oportunidade de mostrar que pode fazer diferente, sem influência de outros líderes, com autonomia para buscar quadros qualificados, com experiência administrativa e trazer do passado experiências que deram certo e não repetir o que deu errado.

RELAÇÃO COM GOVERNO FEDERAL

Perguntado sobre as dificuldades em buscar recursos junto ao governo e federal visto que o PL é o principal antagonista à gestão Lula, o entrevistado afirmou que os partidos que o apoiam possuem muitos parlamentares, que darão muito apoio. Citou ainda que o vice-governador Gabriel Souza é do MDB. “Com bons projetos não é figura de Lula ou Bolsonaro que vai inviabilizar. Temos muitos aliados que estão no governo Lula. Não vejo problema nessa questão”.

 

MDB E SAÚDE

Outra questão girou em torno do MDB, que mesmo tendo rompido com o atual governo municipal, mantém quadros na gestão. “Não vou entrar no mérito dos motivos do rompimento. Já convidei Flávio Christensen para ser o secretário da Saúde. Temos comprometimento do deputado Osmar Terra para nos apoiar”.

Saúde, na avaliação do candidato é o principal anseio da população. “Existe um represamento de exames e cirurgias e esse é um ponto fundamental. Não pode uma pessoa esperar um ano para realizar cirurgias. Podemos buscar recursos na nossa base federal para atacar essa questão”.

Também falou da necessidade de ter uma interligação entre as unidades de saúde e de melhorar a UPA. “Tem um comentário que fiz, dizendo que a segunda-feira era um dia problemático e que está sendo usado. Porém, nesses momentos tem que aumentar a capacidade de atendimento. Santo Ângelo não teria como sobreviver na saúde sem a UPA”. Disse ainda que não existirá divisão na saúde, com o secretário tendo poderes sobre todos os setores.

CRÍTICAS A LIMA

Nívio fez duras críticas ao também candidato a prefeito José Lima, do Republicanos. Afirmou que não se tornará um “imperador” e em 30 dias provocar a “degola” do vice. Perguntado se a observação se referia a Lima, confirmou.  “Lima está aí com discurso vindo de Nárnia, que vai resolver todos os problemas de Santo Ângelo em 30 dias. Isso é iludir o povo. E nós não trabalhamos assim. Dizer que tem solução para tudo é demagogia. Tem que atacar os problemas de maneira permanente”.

INFRAESTRUTURA

Nívio também se referiu à infraestrutura urbana, afirmando que tem que melhorar o aspecto da cidade. “Não temos rua paralela para dar apoio às empresas que estão nas margens da ERS-344. Tem que agir nos bairros. Encontramos centenas de quadras sem meio-fio, sem calçamento, com as pessoas no barro ou no pó”.

Para o setor habitacional, frisou que pretende criar uma nova área residencial para pessoas de baixa renda e tem muito espaço ao redor de Santo Ângelo. “Buscar mil residências em torno disso. O governo federal faz muito demagogia e agora tenta lucrar em cima da construção de 40 e poucas casas. Temos que abrir um novo bairro, como foi feito com o Alcebíades no passado”.

Para o interior, salientou que não vai pegar empréstimo e iludir a população. “Agora é patrola para lá e para cá. Quanto tem uma festa, alisam as estradas. Vamos atacar os problemas para resolvê-lo. Tem candidatos que estão em Nárnia e Nárnia não vai governar Santo Ângelo”.

FUNCIONALISMO

Temos consciência que de 1,5 mil funcionários da Prefeitura, cerca de 500 ganham um salário mínimo. “Vamos começar olhando nos menos favorecidos. Esses precisam de apoio da Prefeitura, seja no quadro de servidores ou na comunidade em geral.  Incentivando alguém a pagar mais imposto, e isso não é extorquir, é fazer com que produzam mais e assim aumente a arrecadação”.

Indagado sobre as dificuldades financeiras da Prefeitura e os limites prudenciais relativos ao funcionalismo, o candidato do PL diz que reduzir quadro não é possível e os cargos de confiança são um número reduzido, embora ainda seja possível fazer alguns cortes. “A única maneira é gerenciar onde é possível. Não é possível mexer com a estabilidade dos funcionários. Tem que conter despesas, onde estejam mal aplicadas e não será em cima do quadro de servidores. Hoje se diz que se eu assumir vou cortar o vale-alimentação. Isso é lenda urbana. Tem legislação que rege o funcionalismo”.

Sobre o vale-alimentação, Nívio diz que a medida promovida pela atual administração é vital para os servidores de menor salário. “Não teria sentido fazer esse corte e prejudicar justamente os mais necessitados”.

Disse ainda que pretende estar apenas meio expediente no Gabinete e o outro turno visitando as secretarias e as obras. Enquanto isso, seu vice irá despachar no Gabinete. “Meu vice não tem atividade privada que tenha que sair da Prefeitura para atender questões particulares. Então, estaremos integralmente voltada para os assuntos do Município”.

PROPOSTA DE AUMENTO

A respeito da proposta de reajuste para prefeito, vice, vereadores e secretários, que contou com aprovação do seu vice e do vereador de seu partido na Câmara, o representante do PL salientou que a ideia partiu do presidente da Câmara, que é do PDT. “Foi uma grande cilada política, de uma maneira, talvez equivocada. Não vou entrar no mérito, oito vereadores votaram pela aprovação e depois a própria origem vetou”.

Disse entender que o secretariado possui um salário muito defasado e concorda com o prefeito Jacques Barbosa quando diz que é preciso recuperar. “Poderia ter enviado um projeto em separado para isso”.


Fonte: Radio Santo Ângelo/JM

Compartilhe essa notícia: