Alguns que escrevem e falam numerais
têm às vezes uma ou outra dúvida se vai a palavra “e” entre um número e outro
ou se não vai. Um exemplo: 21. Tem e entre o número 2 e o número 1? Tem. Entre
os gramáticos bons da língua portuguesa está Napoleão Mendes de Almeida que em
Gramática Metódica da Língua Portuguesa oferece estas explicações sobre a
leitura dos numerais compostos, dois ou mais números.
Se o número se compõe de dois
algarismos, põe-se a conjunção e entre os dois algarismos: 24 = vinte e quatro;
86 = oitenta e seis; 99 = noventa e nove.
Se o número se compõe de três algarismos, põe-se a conjunção e entre
cada um dos três algarismos: 645 = seiscentos e quarenta e cinco; 777 =
setecentos e setenta e sete; 888 = oitocentos e oitenta e oito. Se o número se
compõe de quatro algarismos, omite-se a conjunção e entre o primeiro algarismo
e o segundo, pondo-se a conjunção e entre o segundo e os demais algarismos:
4367 = quatro mil, trezentos e senta e sete; 5588 = cinco mil, quinhentos e
oitenta e oito; 9999 = nove mil, novecentos e noventa e nove.
Se o primeiro algarismo da centena
final for zero, põe-se a conjunção e: 3048 = três mil e quarenta e oito; 5033 =
cinco mil e trinta e três. Se o número
se compõe de zero nos dois primeiros algarismos, põe-se a conjunção e depois do
primeiro algarismo: 1001 = mil e um; 2002 = dois mil e dois; 7007 = sete mil e
sete. Se o número se compõe de zero nos dois últimos algarismos, põe-se a
conjunção e entre o primeiro e o segundo número: 1400 = mil e quatrocentos;
2600 = dois mil e seiscentos; 7700 = sete mil e setecentos. Se o número se
compõe de zero nos dois últimos algarismos e antes houver dois algarismos,
põe-se a conjunção e entre a dupla dos
dois primeiros algarismos e os algarismos que lhes vem depois: 13400 =
treze mil e quatrocentos; 15500 = quinze mil e quinhentos; 18800 = dezoito mil e oitocentos. E se o número se compõe de vários grupos de
três algarismos cada grupo, omite-se a conjunção e entre cada um dos grupos: 3.444.225.528.367
= três trilhões, quatrocentos e quarenta e quatro bilhões, duzentos e vinte e
cinco milhões, quinhentos e vinte e oito mil, trezentos e sessenta e sete.
Assim, diz-se que as demais explicações
sobre a leitura dos numerais ficam para mais tarde. Hoje ainda cabe repetir que
haverá e entre dois algarismos quando são pronunciados um a um: 21 = vinte e um.
Quando forem pronunciados numa só emissão de voz, não haverá e entre um número
e outro: 11. E nos casos das centenas não terminados em zero, com centena,
dezena e unidade, haverá duas vezes o e: 678 = seiscentos e setenta e oito. Se
terminadas em zero, um só e: 610 = seiscentos e dez.