A rede social X afirmou nesta sexta-feira (4) que concluiu o pagamento de todas as multas devidas pela empresa, e protocolou um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para a liberação da plataforma no Brasil. A informação foi confirmada à TV Globo por advogados que acompanham o caso.
As
multas foram aplicadas pelo ministro do STF Alexandre de Moraes depois
que o X descumpriu a legislação do país e ordens judiciais. A rede social
está suspensa no Brasil desde 30 de agosto.
Ainda
de acordo com a empresa, foram quitados os cerca de R$ 28,6 milhões de débitos em multas aplicadas
pela Corte. A quitação, segundo os representantes jurídicos, era a última das
exigências do Supremo para que a plataforma volte a ser liberada no Brasil.
Agora,
cabe ao ministro Alexandre de Moraes analisar se o X cumpriu todas as medidas
para voltar a operar no Brasil e voltar a ficar disponível para os usuários.
Não há um prazo para isso.
Negociação
Nesta terça (1º), a rede social informou ao STF que os valores seriam
pagos com recursos próprios, não envolvendo valores da empresa Starlink.
A Starlink é uma empresa de internet via satélite que opera no
Brasil ligada ao bilionário Elon Musk, que também é
dono do X.
A Starlink teve restrição de R$ 11 milhões — uma medida usada pelo STF
para cobrar os valores devidos pelo X diante dos descumprimentos.
Esses
descumprimentos envolveram, por exemplo, ordem de bloqueio de perfis de
investigados — o que não foi realizado após determinação da Corte.
Em
17 de agosto, em meio à escalada da tensão com o STF, a empresa fechou seu escritório no Brasil, demitiu os funcionários e retirou
sua representante.
Além
desses R$ 11 milhões da Starlink, pelos mesmos descumprimentos,
outros R$ 7,3 milhões das contas do X também
foram transferidos para a União.
A
rede social X também foi multada em R$ 10 milhões por
permitir que usuários voltassem a acessar a rede, por dois dias, mesmo
com a suspensão das atividades no país.
Outros
R$ 300 mil em multas foram aplicados à plataforma por ter deixado a empresa sem
representante legal no país.
Outras
exigências
Antes da quitação desta quarta, o X cumpriu outras duas exigências para
conseguir garantir a retomada das atividades:
- o bloqueio de nove perfis de investigados; e
- a nomeação de um
representante legal da empresa no país.
Na semana passada, em 26 de setembro, o X entregou papéis e disse ter
comprido as ordens judiciais, quando pediu pela primeira vez a
liberação.
No entanto, no dia seguinte, Moraes negou o
desbloqueio em função do não pagamento da totalidade das multas.
Em decisão nesta terça, Moraes reiterou a ordem de desbloqueio das
contas bancárias do X, justamente para que a plataforma conseguisse quitar a
dívida.
O ministro Alexandre de Moraes já havia autorizado a liberação das contas das empresas de Musk, no entanto, ambas informaram que a situação não havia sido regularizada. Na ocasião, Moraes mandou que o Banco Central procedesse o imediato desbloqueio.
Cálculo das multas
A plataforma diz que pagou algo em torno de R$ 28,6 milhões:
multa de R$ R$ 18,35 milhões de forma compulsória (cerca de R$ 11 milhões da Starlink + R$ 7,3 milhões do X), após o bloqueio de contas do X e da Starlink.
multa de R$ 10 milhões, devido ao
descumprimento de ordem judicial de 18 de setembro, emitida por conta de uma
mudança nos servidores do X que fez a rede social voltar a funcionar
temporariamente no Brasil;
multa adicional de R$ 300 mil em nome da
representante legal da empresa, Rachel de Oliveira Villa Nova Conceição.