O Ministério de Minas e Energia deve anunciar nesta
quarta-feira (16) a decisão sobre se o governo vai adotar o horário de verão em
2024.
Integrantes
do governo disseram ao g1 que o Operador
Nacional do Sistema Elétrico (ONS) deve apresentar
novos estudos sobre as condições de atendimento de energia aos consumidores e
eventuais mudanças no cenário hidrológico.
No
final de setembro, o ONS já havia apresentado um estudo
que indicava a necessidade, do ponto de vista energético, de adoção do horário
de verão neste ano.
Segundo o operador do sistema, o adiantamento dos relógios deve ajudar a economizar R$ 400 milhões em 2024. No último dia 8, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse que o horário de verão só deve voltar em 2024 se for "imprescindível"
"Isso
que estou fazendo é serenidade, equilíbrio, diálogo, para que a gente só faça
na imprescindibilidade, se não for imprescindível, vamos esperar o período
chuvoso", disse o ministro em entrevista a jornalistas.
Economia de R$ 400 milhões
A
adoção do horário de verão em 2024 pode levar a uma economia de R$ 400 milhões, segundo estudo do ONS. Se adotado a partir
de 2026, a economia pode aumentar para R$ 1,8 bilhão por ano.
Isso
porque o adiantamento dos relógios deve melhorar o aproveitamento das fontes de
energia solar e eólica, além de reduzir a demanda máxima em até 2,9%.
Desde
a sua adoção, que passou a ser anual a partir de 1985, o horário de verão tem a
intenção de promover uma economia no consumo de energia, uma vez que as pessoas
teriam mais tempo de luz natural.
No
entanto, por conta da mudança de comportamento da sociedade, a medida foi
deixando de ser eficaz. Até que, em 2019, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu o adiantamento
dos relógios.
O
horário de verão volta à tona em 2024 não por sua eficácia para economizar
energia, mas por ser uma alternativa de aproveitamento da geração de energia
solar, reduzindo o acionamento de termelétricas – mais caras e poluentes.
Isso
acontece porque as usinas eólicas e solares dependem da incidência de vento e
sol, que não são perenes, para gerar energia.
As
usinas eólicas geram mais na madrugada e pela manhã, enquanto as solares geram
durante o dia. Ao deslocar os relógios, os padrões de consumo também mudam,
encaixando-se em melhores momentos de geração para essas duas fontes, que são
também mais baratas que as térmicas.