Publicado em 13/11/2024 às 15:53

Ministro do STF determina adoção de medidas para impedir apostas com recursos do Bolsa Família

Ministro do STF determina adoção de medidas para impedir apostas com recursos do Bolsa Família
Foto: Andressa Anholete / STF

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o governo federal tome medidas de "proteção especial" para impedir o uso de recursos de programa assistenciais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), em apostas online.

Em setembro, o Banco Central divulgou estudo que mostra que beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com bets, somente via Pix, em agosto deste ano.

Na decisão da terça-feira (12), o ministro também estabeleceu que devem ser aplicadas de imediato regras previstas em uma portaria do governo federal que vedam a publicidade de sites de aposta voltada a crianças e adolescentes.

Embora a portaria que regulamenta a publicidade voltada a crianças e adolescentes tenha entrado em vigor em julho, a norma define que as regras de fiscalização, de monitoramento e de sanção pelo descumprimento seriam implementados a partir de 1º de janeiro de 2025.

As medidas cautelares decididas têm efeito imediato, mas ainda terão de ser analisadas pelo conjunto de ministros do STF.

A liminar de Fux foi deferida no âmbito de ações da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), do partido Solidariedade e da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a Lei das Bets, que regulamenta a atividade no país.

"Verifica-se que o atual cenário de evidente proteção insuficiente, com efeitos imediatos deletérios, sobretudo em crianças, adolescentes e nos orçamentos familiares de beneficiários de programas assistenciais, configura manifesto periculum in mora", afirmou o ministro na decisão, publicada na manhã desta quarta-feira (13).

"Periculum in mora" é um jargão jurídico que significa "perigo na demora".

Nos últimos dias, o Supremo realizou audiências públicas para ouvir especialistas sobre o tema.

Na terça-feira (12), Fux disse que a regulamentação é condição para a manutenção das apostas online, legalizadas no Brasil em 2018.


Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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