Publicado em 13/11/2024 às 16:13

A história dos negros no Brasil

O primeiro feriado nacional alusivo ao Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, data da morte de Zumbi, instituído pela Lei nº 14.759/23, aproxima-se no calendário.

A data foi idealizada por Oliveira Silveira, intelectual gaúcho, nascido em Rosário do Sul, um dos líderes do Grupo Palmares, que refutava o 13 de maio, enquanto data representativa da libertação do povo negro no Brasil.

Para alguns historiadores, o primeiro navio negreiro aportou na costa brasileira em 1530, e a partir de então a tortura e o açoite de corpos negros tornou-se o alicerce dos diversos ciclos econômicos por mais de três séculos.

Durante a escravidão, milhões de negros perderam a vida na travessia atlântica e outros tantos milhões, em terras coloniais, destacando-se que a expectativa de vida do escravizado, tamanha a crueldade do regime, não passava de dez anos.

O regime escravocrata, sob o aspecto formal, perdurou até 1888, proprietários de escravizados foram indenizados, negros, marginalizados, quando o Brasil, último país a abolir a escravidão na América, sob a falácia do mito da democracia racial, relegou aos negros espaços subalternizados na sociedade.

Sem terras, sem escolas, sem acesso aos meios de produção, perseguidos no pós-abolição, o negro enredou-se na miséria dos despossuídos. Apesar das recentes políticas públicas, as cicatrizes raciais ainda marcam profundamente o país, basta olhar um pouco para perceber a desproporcionalidade de negros encarcerados e mortos pelo Estado.

O negro ainda carrega o fardo da suspeição generalizada pelas ruas e avenidas. Em Sueli Carneiro, “a cor opera como metáfora de um crime de origem da qual a cor é uma espécie de prova, marca ou sinal que justifica essa presunção de culpa.”

A estrada para resolver o apartheid à brasileira é longa, e se isso não for solucionado, não haverá solução para o Brasil, que é majoritariamente negro. Assim, no dia 20, como em um canto de todas as raças, a reflexão deve ser coletiva, sem cor, mas pensando o preto.



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