Em
Santo Ângelo a área plantada com trigo atinge 12 mil hectares. A agrônoma
Márcia Dezen, chefe do Escritório local da Emater, lembra que o plantio foi
finalizado há cerca de um mês e as lavouras encontram-se na fase de
desenvolvimento e emissão de espiguetas.
Ela
acredita que o ideal para o trigo agora seriam temperaturas baixas, umidade
relativa do ar baixa, chuvas regulares e incidência de luz solar. “Esse seria o
clima ideal”, observa.
A
safra de trigo do ano passado em Santo Ângelo foi considerada muito boa, com
produtividade de 80 sacas por hectare alcançada em muitas propriedades e PH
entre 78 e 83.
EL
NIÑO
O
presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo, Laurindo Nikititz, observa que
as lavouras de trigo tiveram uma boa germinação, mas acentua que geadas podem
ser prejudiciais nesse período. “Em
relação as doenças fúngicas e insetos,estes estão sob controle embora, o clima
não esteja favorável, pois a alta humidade e as temperaturas elevadas não são muito
positvas”.
Nikititz
frisa que os produtores estão preocupados com os efeitos do fenômeno El Niño,
que favorece as culturas de verão e prejudica as de inverno devido ao volume
alto de chuvas. “Essas chuvas sequenciais podem ocorrer no período de colheita,
no fim de setembro, início de outubro e se isso ocorrer, vão prejudicar a
qualidade dos grãos”.
MERCADO
Com
relação ao mercado, Laurindo
Nikititz ressalta que o mesmo está estável, com preço de cerca de R$ 66,00 a saca com PH 78. “Talvez
haja uma reação nos preços devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, a qual
prejudica a exportação daqueles países, com isso os países importadores poderão
vir a buscar o trigo em nosso país e, consequentemente, melhorando assim os preços, mas
no mercado interno não há nenhum aceno para melhores preços a curto prazo”.