O horizonte... no horizonte... onde a vista alcança, sempre haverá algo para ser visto, apreciado, desaprovado, repleto de luzes, totalmente opaco, horroroso deslumbrante, na exata proporção dos olhos contempladores, na voz rouca desses olhares aguçados, (im)piedosamente, postados para lançar mais um veredito, outra sentença compadecida, raras vezes alvissareira, contudo, eficaz e com potencial para disparar mísseis diversificados com dosimetria abrangente, hábeis à cobrir todo o cenário anteposto.
É aceitável visualizar no panorama, perspectivas menos doridas, nuvens tênues, inferozes, aspectos leves, premissas de dias serenos, aconchegantes, auroras venturosas e intermináveis, manhãs dadivosas, com aromas insaciáveis, próprios das festas primaveris, quermesses de flores, recanto de amor, onde o sereno faz-se entordilhado, seduzido pelas brisas voejeiras, em chama ardente, aliciando amantes, com a forma íngreme dos românticos, esses sonhadores eternamente apaixonados, embora cobertos de cicatrizadas, colhidas no vai-e-vem das rondas madrugadeiras.
O árduo, na acepção da palavra continua árduo, pode representar árduo na leveza e na profundidade, na aspereza, porque no nosso contexto pátrio atual, sonhar, pensar, ser liberto, magnânimo, audacioso, frutificante, facilitador, germinador, alvorecedor de coisas fecundas, merece esforço comedido no agir, por reprimido, na intensidade e na forma de expressão, porque a clausura está posta meticulosa e sorrateiramente, ter asas implica em servir-se delas, no turno inverso da força da gravidade, porque, se fecundo, cavalo cria aspa, mosca concebe vértebras.
Ah, 2024 cria asas pra voejar, jamais retornará..., todavia, enquanto uma multidão deseja-lhe boa viagem, outra metade, construir-lhe-á um altar, na proporção ideal das conquistas alcançadas, dir-lhe-ão, magnífico, extraordinário, esplendoroso, antes inimaginável, tudo inerente ao agente, as pessoas medem o presente, a verdades de agora, o horizonte fica (rá) alheio, fora de contexto, a força do passado fenece, enaltece-se o presente, por via de consequência, olhar para o futuro ignorando o horizonte, possui a mesma que enviar uma prece e, Deus atende quem merece! Será ou seria simples assim?!
Opinião