Publicado em 03/06/2024 às 16:54

Santo Antônio de Pádua

Eis um quase nada de resumo da vida e obras de Santo Antônio. Nasceu às margens do Tejo, em Lisboa, a 15 de agosto de 1195 e faleceu de hidropisia, aos 36 anos de vida, na cidade e terra natal no dia 13 de junho de 1231. Antes de ser Pádua, chamava-se Fernando de Bulhões. O pai dele era da nobre estirpe de Godofredo de Bulhões, duque de Lorena, comandante em chefe da primeira cruzada e primeiro rei de Jerusalém. A mãe dele se chamava Maria Tereza de Tavera, pertencente a uma nobre e antiga família de Portugal que, em outros tempos, reinara sobre as Astúrias.

Em casa, Fernando de Bulhões foi educado no amor a Deus e às virtudes. Atingido os 12 anos, foi confiado aos cônegos da catedral, os quais o instruíram em todas as disciplinas escolares da época, inclusive no latim, literatura e filosofia. Concluídos em 1210, foi ao convento de Lisboa implorar o hábito dos religiosos de Santo Agostinho, quando tinha 15 anos. Tinha excelentes qualidades de espírito e de coração. Vestiu o hábito de Santo Agostinho por 12 anos. Em 1222, quando contava 27 anos, vestiu o hábito de São Francisco, ocasião em que recebeu o nome de Antônio. Com o novo apostolado, de franciscano e verdadeiro homem de Deus, percorreu sucessivamente a Itália do norte e a França meridional. Todos os habitantes de todas as cidades se julgavam felizes de vê-lo e ouvi-lo. Aliás,Frei Antônio era bom de oratória – persuadia, vencia e convencia. A sublime lógica e eloquência, muitas vezes confirmada por estupendos milagres, eram fulminantes, arrastavam e convertiam multidões.

Aliás, quanto a um desses estupendos milagres, vale à pena relatar um. Havia  em Tolosa um incrédulo, não acreditava em Deus nem na  presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. O apóstata desafiou ao Frei Antônio que se lhe demonstrasse por um fato sensível, visível, que Jesus Cristo se fazia presente na Eucaristia, ele abjuraria a própria doutrina e abraçaria a doutrina do Frei Antônio. Frei Antônio aceitou o desafio. Durante três dias o descrente deixaria a mula sem feixe algum de alfafa e depois iria com a mula até a praça. Ali, na presença de todos, apresentar-lhe-ia um feixe de alfafa, e o Frei  Antônio levaria  a hóstia consagrada, a qual, como lhe dizia este, continha o corpo do Homem-Deus. Se a mula, mesmo esfomeada desprezasse a alfafa diante da hóstia, ele far-se-ia católico.

Assim, no dia indicado, no meio da praça apinhada de gente, entre chacotas de uns  e apreensões de outros, apresentou-se o Frei Antônio com o Santíssimo Sacramento, e o herege com a mula. Frei Antônio, impondo silêncio, assim dirigiu-se à mula: “Em nome de teu Criador que eu tenho entre as mãos, ordeno, ó criatura sem razão, que venhas imediatamente prostrar-se diante dele, para que os hereges reconheçam com isto que toda a criação está submissa ao Cordeiro Imaculado que se imola em nossos altares.” Ao mesmo tempo o herege apresenta alfafa à mula. Esta, porém, obediente à voz do taumaturgo Frei Antônio, sem tocar na alfafa, adianta-se e dobra os joelhos diante do Santíssimo Sacramento em atitude de adoração. O herege cumpriu a palavra: confessou lealmente seus erros, abjurou publicamente a heresia e creu em Deus.   

 



Compartilhe essa notícia: