Publicado em 23/07/2024 às 09:48

Brasil pode ficar inabitável em 50 anos devido ao calor extremo, aponta estudo da Nasa

Brasil pode ficar inabitável em 50 anos devido ao calor extremo, aponta estudo da Nasa
Foto: Jefferson Botega / Agencia RBS

O calor deve impossibilitar a vida humana em pelo menos cinco regiões da Terra nos próximos 50 anos, inclusive no Brasil, aponta estudo da Agência Espacial Norte-americana (Nasa). A pesquisa considerou que o aumento da temperatura somado a altos índices de umidade do ar pode causar efeitos térmicos cujo corpo humano não conseguiria se adaptar.

A crescente e descontrolada emissão de gases do efeito estufa impacta diretamente a natureza, com mudanças climáticas cada vez mais aceleradas e severas em todo o planeta. A elevação da temperatura torna frequente ondas de calor fora de época e invernos menos intensos ou com períodos mais curtos que o habitual, seja no Hemisfério Norte ou Sul, que não conseguem “segurar o calor”.

Conforme a pesquisa conduzida por Colin Raymond, do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, o processo de resfriamento do corpo humano acontece a partir da transpiração, ou seja, do suor. O aumento da temperatura combinado a umidade eleva a sensação de calor e evita que o suor evapore, o que mantém o corpo aquecido – e pode ser fatal.

O estudo indica que termômetros acima de 37ºC – marca superada em muitas regiões do Brasil durante o verão – com umidade do ar igual ou superior aos 70% podem causar a morte precoce em até seis horas de exposição. Nestas condições, mesmo uma pessoa considerada saudável perde consideravelmente a capacidade de resfriar o corpo devido à dificuldade de dissipar o suor.

O corpo ainda consegue suar com 45ºC de temperatura e até 20% de umidade do ar. No entanto, a pesquisa projeta que com o termômetro na mesma marca e índice de umidade acima de 40% a sensação térmica pode ultrapassar 71ºC e ser letal.

Apesar da combinação destes fatores ser considerada rara, já que dias de calor são caracterizados por apresentar ar mais seco, o estudo constatou que desde 2005 o fenômeno é observado em regiões do Golfo Pérsico e do Paquistão.

Neste cenário, a Nasa considerou a tendência de aumento dos termômetros nas próximas décadas, com as mudanças climáticas impulsionadas pela emissão dos gases do efeito estufa, e concluiu que a vida humana pode estar ameaçada em áreas do centro-oeste, norte, nordeste e sudeste brasileiro. O estudo também aponta condições inabitáveis devido à temperatura no sul e sudeste asiático, no Golfo Pérsico e Mar Vermelho, e regiões da China.


Fonte: GZH

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