No longínquo 1947, Frederico
Arnaldo Ballvé, levou à diversos rincões gaúchos, emissores de rádio, dentre
elas, a ZYF-6, rádio Santo Ângelo, esta, em 1947, algo extraordinário,
revolucionário para a época, um homem sonhador difundiu um sistema de rádio,
enquanto no cenário mundial as comunicações radiofônicas vibravam desde 1893,
no Brasil, a invenção do rádio cabem ao Padre gaúcho Roberto Landell de Moura,
embora não reconhecido (nascido em P. Alegre em 1862), Landell de Moura
desenvolveu um aparelho que transmitia a voz humana, sem fios, razão pela qual
foi motivo de exame de sanidade mental.
Landell efetuou
diversas tentativas de registrar o seu invento, tanto no Brasil e fora dele,
sem obtenção de êxito, em 1901 registra nos Estados Unidos a patente do
transmissor de ondas do telégrafo e do telefone, retorna ao Brasil, faz outra
tentativa junto ao Presidente Arthur Bernardes, taxado de louco, retorna a
Porto Alegre onde falece em 1928, aos 66 anos de idade, enquanto o invento
ficou para o italiano Guglielmo Marconi, o qual iniciou as suas experiências
com as transmissões de ondas em 1895, mas no Brasil, Edgar Roquete Pinto é
considerado o pai do rádio.
O rádio em sua
plenitude foi e continuará sendo valiosíssimo, no mundo democrático, as
notícias, os fatos, acontecimentos precisam chegar às gentes de forma nua e
crua, na forma que ocorrem e, não como alguns pretendem, havia alguns anos,
realizamos algumas pesquisas com o povo, na rua, transcrevemos algumas
manifestações sobre o início da rádio Santo Ângelo, Leri Dalton de Lima,
contou: a emissora chamava-se ZYF-6, eu devia ter 7 ou 8 aninhos, ia no programa,
ao vivo, no auditório, eram realizados sorteios de ingressos pro cinema
municipal, havia um quadro onde podia fazer pedidos ao Papai Noel, recordou dos
funcionários: Rosenthal, J. L. Furtado, Orestes, Babá, Élio Fagundes.
Valério Teikowski
refere ter frequentado os programas de auditória desde os 12 anos, lá ocorriam
trovas entre Adelque e Cenair Maicá e, Margarida (possivelmente Fernandes),
menciona que Margarida era pequenina, precisa subir numa cadeira para alcançar
o microfone, desta também, ser ele e José Aquidapasse, funcionários da Cia
Telephonica Nacional, realizavam as instalações das linhas para transmissões de
jogos de futebol, destaca, que ao meio-dia havia um programa cômico, todavia,
ficou pouco tempo no ar, porque algumas pessoas se sentiam atingidas, pelo
enredo, ameaçaram atear fogo na emissora.
Leri Dalton, Valério e
Darci Cortesia citam programas de auditório, entre eles, o Gravetos do Passado,
do CTG Vinte de Setembro, com músicos e cantores, entre eles, Brandão e
Brandãozinho, Adelque e Cenair Maicá, Vilmar Àvila Brites, Aparecida, Belém e
Vilson Bernes, Ivo de Miguel, José Cardoso traz na lembrança o ano de 1956,
ouvindo futebol e o Gravetos do Passado, por sua vez, Darci Cortezia menciona
que a família adquiriu um rádio, depois da inauguração da emissora, já Evaldo
Stroschoen, relatou, estar no exército no dia da inauguração da rádio, avistou
um rádio girou um botão ouviu a viva voz, a inauguração!
Opinião