As urnas decidiram. E é assim na
democracia e precisa ser respeitado, sem observações extras. Uma vitória ou
derrota eleitoral não se faz com apenas uma situação. É um conjunto, que
precisa ser entendido por quem ganha e por quem perde.
A análise correta do processo,
sem consagração ou condenação individual, poderá definir o que acontecerá no
futuro. Vitória e derrota são exigentes no mesmo nível em termos de
racionalidade e entendimento amplo.
Estratégia inteligente
A vitória de Nívio Braz está
calcada numa estratégia que mostrou-se inteligente e que alcançou o resultado
imaginado. A candidatura liderada pelo PL conseguiu atrair o voto de oposição. O
chamado “voto útil” foi decisivo.
Muitos eleitores que estavam
propensos a votar em José Lima, por discordância com a atual gestão, foram
convencidos de que a chance de vitória estava ao lado de Nívio Braz. E mudaram.
A diferença de votos mostra bem isso.
Na eleição de 2020, Bruno Hesse
alcançou 23,68% dos votos e foi o terceiro. Nesta, José Lima, o terceiro, ficou
com 10% da votação, muito abaixo. A diferença migrou para o representante do
PL. Essa capacidade de angariar essa
parcela dos eleitores foi decisiva.
Renovação esperada no Legislativo
No Legislativo municipal a
renovação já estava definida. Dos 15 eleitos em 2020, dois foram cassados e um
perdeu o mandato por conta da anulação dos votos de um suplente. Além disso,
outros três decidiram não concorrer e dois disputaram a eleição em chapas
majoritárias.
Daqueles que buscavam a
reeleição, apenas quatro: Márcio Antunes, Nêne, Simone Lunkes e Vando lograram
êxito.
Entretanto, não basta renovar
nomes. O Legislativo tem que renovar práticas. O que foi visto na atual
legislatura, em vários aspectos, não pode se repetir. Foram repetidas cenas de
quebra de decoro e um vereador foi cassado por isso e outro se safou.
Derrotado na vitória do seu grupo
Saber perder é uma virtude. Saber
ganhar, também. Entretanto, alguns insistem na forma truculenta de encarar as
situações e descambam para ataques pessoais, ofensas e um nível muito raso que
realmente não justifica a ocupação de cargos importantes.
A cena promovida pelo vereador
Nerison Abreu (PL) na sessão da última segunda-feira da Câmara de Vereadores
foi mais do que lamentável. Foi uma verdadeira aberração.
Não deve ser fácil ter sido alvo
de uma acachapante derrota, somando pouco mais de 250 votos na busca pela
reeleição, em meio a uma vitória do seu grupo político na eleição majoritária. Uma
votação assim, somada a postura, praticamente impede que um cargo no governo
seja oferecido.
Mas é colheita. Simples assim. O
que, em absoluto, justifica as ofensas a quem nada tem a ver com isso e que
“apenas” foi eleito.
Vitórias expressivas
Na região da 45ª Zona Eleitoral foram
vitórias expressivas. Em São Miguel, Rodrigo Ribas (PP) alcançou 70% dos votos.
Em Vitória das Missões, Cornélio Luis Grimm (PDT) se reelegeu com larga
vantagem. Já em Eugênio de Castro, Fernando Machado chegou à Prefeitura com uma
vitória expressiva, superior a 200 votos.
E em Entre-Ijuís, Brasil Sartori, que não
pode ser candidato a reeleição em 2020 derrotou quem lhe sucedeu.
O horário de verão virá ou não?
SÓ PARA LEMBRAR
Os dois vereadores que mais
usaram o artifício dos ataques pessoalizados, da ofensa, inclusive aos
servidores públicos, tiveram votações pífias.
PARA REFLETIR
“Não há nenhuma árvore que o vento não tenha
sacudido”.