Publicado em 25/10/2024 às 11:00

Resposta das forças de segurança

Resposta das forças de segurança
Foto: Polícia Civil / Divulgação

O cenário em Santo Ângelo é de muita preocupação. Os fatos se sucedem e não tem como a população não ficar receosa. A chamada “guerra das facções” estaria por trás de tudo que está ocorrendo. Particularmente, acredito que algumas coisas tem outra origem, mas é confortável para os autores imputar diretamente às facções.

As forças de segurança estão mostrando reação. Operações integradas entre Polícia Civil e Brigada Militar são realizadas. Prisões são feitas, e em grande número. Entretanto, o quadro é de difícil combate, por uma série de fatores. A começar pelo fato de que a exigência agora é reação. O correto seria uma ação de quem comanda a segurança no Estado, antecipando-se ao patamar que era muito fácil prever que chegaria.

Essa é uma falha recorrente. As organizações criminosas cresceram pelo olhar complacente das autoridades. Primeiro, nos grandes centros, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo, moldando ações que seriam seguidas em outros locais. O poder do controle interno dos presídios foi levado para o ambiente externo. Organização, mesmo. Expansão das atividades, poder em outros mercados e, logicamente, corrupção aliada a amedrontamento pela força.

 

Riscos muito claros

Vários especialistas em segurança pública apontam um erro crucial cometido no Rio de Janeiro. Comandantes da segurança pública afirmavam publicamente que o tráfico não preocupava e que o movimento seria como o dos bicheiros, tendo envolvimento com futebol e carnaval.

Enquanto as autoridades dormiam em berço esplêndido, o tráfico cresceu, passou a controlar as comunidades, se aliou ou foi absorvido pelos bicheiro e daí para se transformar em milícia foi um passo muito rápido. Resultado, uma situação praticamente incontrolável.

Esse é o risco que as tais facções oferecem para o Rio Grande do Sul, incluindo o antes pacato interior.

 

Nomes do primeiro escalão sendo definidos

Em meio a muitos comentários e observações, surgem nomes que podem integrar a futura administração municipal de Santo Ângelo. A lista dos nomes indicados pelos partidos já está com o prefeito eleito Nívio Braz, conforme informam.

Nívio já confirmou que a Saúde estará sob o comando do médico Flávio Christensen, presidente do MDB. Bruno Hesse, ex-vice-prefeito e presidente do PL, será secretário, porém, ainda não se confirma a pasta. Pode ser Gestão de Finanças, onde já trabalhou, ou Governo e Relações Institucionais.

Para as demais pastas começam a surgir nomes. Vinícius Makvitz, eleito vereador pelo MDB, é cotado para assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação. Se isso ocorrer, abrirá espaço para que o enfermeiro André da Silva assuma no Legislativo. André recebeu 722 votos, sendo decisivo para a conquista de cadeiras pelo MDB.

Ainda tem o indicativo de que o MDB poderia ficar com a Educação. Entretanto, não tem confirmação disso.

 

Meio Ambiente em disputa

De outra parte, o atual vereador e que não teve sucesso na busca pela reeleição, André Pedroso (PP), teria confidenciado a amigos que será o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano. Aí as informações são desencontradas. Informações de pessoas ligadas ao futuro governo dão conta que uma mulher, considerada especialista na gestão do setor, será trazida de outro município para o cargo.

Creio ser difícil que uma pasta de tamanha importância seja entregue para alguém que não esteja ligado ao partido do prefeito eleito. Entretanto, pode fazer parte de um acordo prévio.

 

Eleitos não abrem mão

Outra dificuldade do governo eleito está nos vereadores eleitos. Os seis vitoriosos do PL e PP não se mostram dispostos a assumir secretarias para abrir vagas a suplentes. E a posição deles é absolutamente compreensível.

Cinco dos seis são vereadores de primeiro mandato. A exceção é o reeleito Nêne.  Sendo assim, fica mesmo difícil explicar para o eleitor que votou para que seja vereador e assumir uma secretaria. Ainda mais se a pasta oferecida não for tão interessante assim do ponto de vista político.

 

Articulações para a presidência da Câmara

Os bastidores da política estão efervescentes as articulações para a presidência da Câmara de Vereadores em 2025. Tratativas daqui e dali mudam o tom a cada conversa.

Até se chega na maioria dos oito votos necessários para a vitória, mas no movimento seguinte, a mudança de apenas um envolvido altera o quadro e maioria torna-se minoria.

Ter certeza de um bloco sólido que garanta a vitória somente ocorrerá nas proximidades da posse. Ou momentos antes. Como aliás, já aconteceu.

 

Justa homenagem ao “mestre Iso”

Neste sábado (26), o mestre e amigo José Grisolia Filho, o “Seu Iso”, estará sendo homenageado em São Luiz Gonzaga. Com muito merecimento, Isso receberá a Comenda Anna Olívia do Nascimento, uma das principais honrarias daquele município.

O reconhecimento será feito em meio a 47ª Feira do Livro de São Luiz Gonzaga e é entregue pelo Instituto Histórico e Geográfico e o poder público. Iso é digno de todas as homenagens, pelo profissional e pela pessoa que é. Aliás, a família Grisolia merece o reconhecimento. José Grisolia, pai do Iso, fundou o jornal A Notícia, um dos mais antigos do Estado e que circulou por 90 anos. Por si só, uma obra digna de todo reconhecimento possível.

  

Perguntar não ofende

A violência será reduzida com as ações da segurança pública?

 

Só para lembrar

Tem alguém recente eleito que confidenciou nesta semana que não aguenta mais os telefonemas e mensagens de pessoas pedindo “espaço” a partir de janeiro. Inclusive, de gente que nos discursos fala muito em acabar com CCs, mas que está sedento por um. E será preciso muito jogo de cintura, pois não tem lugar para todo mundo.

 

Para refletir

“Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e

ninguém que não entenda”

Cecília Meireles

 



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