O PIB do setor agropecuário deverá encerrar 2024 com uma queda de 1,7%, de acordo com estimativa divulgada no Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
O resultado representa uma leve melhora em comparação com a previsão anterior, apresentada em setembro. Na época, o prognóstico era de uma retração de 1,9%.
A baixa projetada para 2024 decorre, principalmente, de problemas climáticos, como pragas e doenças, que afetaram as culturas da cana-de-açúcar, café, laranja e trigo. A cana-de-açúcar sofreu intensamente com a estiagem prolongada, que reduziu sua produtividade. Além disso, queimadas recentes destruíram vastas áreas de cultivo, agravando o cenário.
As safras de café e laranja enfrentaram os efeitos de extremos climáticos, como variações bruscas de temperatura e chuvas irregulares. No caso do trigo, o Paraná sofreu uma quebra de safra superior a 30%, em razão de seca severa e geadas. Rio Grande do Sul e Paraná respondem por mais de 80% da produção do cereal.
A estimativa incorpora também revisões positivas nas expectativas para a colheita de algodão e para os produtos da pecuária no ano, que mais do que compensaram as perdas previstas na lavoura de laranja, trigo, café e cana-de-açúcar.
Conforme o Ministério da Fazenda, o setor agropecuário deverá voltar a crescer em 2025, mitigando parcialmente a desaceleração esperada para a indústria e para os serviços. Para o PIB agropecuário está projetado um crescimento de 6%, considerando o primeiro prognóstico do Instituto Brasileira de Geografia e Estatística (IBGE) para a safra de 2025.